O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) declarou nesta quarta-feira (26) que vai recorrer à decisão da Justiça que proibiu que a Guarda Civil Metropolitana atue como Polícia Militar na Cracolândia.
Na prática, a GCM está proibida de utilizar balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta para dispersar os usuários que habitam a região. Nunes criticou essa decisão e afirmou que os guardas "não vão tratar com rosa quem está agredindo alguém".
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O prefeito ainda acrescentou que quem enfrentar o poder público "vai tomar na testa".
"Ali a gente sabe que tem traficante, muitas ações ocorrem para fazer enfrentamento público. Se vier pra cima da gente, vai tomar, mas na testa, porque não vamos aceitar", disse. "Se tiver uma situação de, sei lá, 10, 20, 30 pessoas que vão agredir alguém, vai fazer o quê? [Pedir] por favor? Não, não dá", acrescentou o prefeito.
A declaração de Nunes foi feita durante entrevista sobre a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desta terça-feira (25), em que proibiu a GCM de dispersar multidões na Cracolândia.
Entenda o caso
A juíza Gilsa Elena Rios, da 15ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, determinou, nesta terça (25), que a ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na região conhecida como “Cracolândia”, no centro da capital paulista, deve ser limitada. Entre as limitações, impede que os guardas atuem “em qualquer operação de natureza policial militar no território dos Campos Elísios e Luz”.
A decisão atende a um pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública de SP. Em conjunto, os órgãos ingressaram com uma ação civil pública para frear a ação da GCM, tida como violenta na região. Agora, a corporação está obrigada a criar um canal de denúncias da população e um protocolo para apurar casos de descumprimento da presente decisão judicial.
Leia mais sobre a decisão nesta reportagem da Fórum.