Parece que definitivamente para a Folha a opinião de seus leitores é como o gol para o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, um detalhe.
O jornalão não está nem aí e tripudia sobre os leitores com matérias financiadas pela indústria do tabaco e falsas comparações, como a que fez hoje entre o comportamento do presidente bolsonarista do Banco Central Roberto Campos Neto e um dos indicados por Haddad ao BC, Gabriel Galípolo.
A começar pelo título:
"Lula e PT criticam Campos Neto, mas silenciam sobre agendas de esquerda de Galípolo".
Logo abaixo do título, na linha fina, o "crime" de Galípolo: "Diretor de Polícia Monetária indicado por Haddad esteve em eventos do MST no ano passado".
Entenderam, não é? A Folha fazendo uma equivalência entre a ida de Galípolo a eventos do MST e a ida do presidente bolsonarista do BC Roberto Campos Neto a um jantar oferecido pelo governador bolsonarista de São Paulo, onde era o homenageado e se falou até sobre ele vir a ser ministro da Fazenda numa hipotética eleição presidencial de Tarcísio.
Os eventos de Galípolo, segundo a própria Folha:
- Em 15 de setembro do ano passado, Galípolo esteve no galpão do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), no bairro da Barra Funda, em São Paulo, para uma homenagem ao jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, que recebeu uma medalha comemorativa da AGU (Advocacia Geral da União).
- Já em 12 de maio do ano passado, Galípolo visitou a feira anual do MST no parque da Água Branca, também na capital paulista. [Detalhe: nessa ocasião, Galípolo ainda não estava no BC]
O jantar de Tarcísio em homenagem a Campos Neto, segundo a própria Folha:
Título: "Campos Neto sinalizou a Tarcísio que aceita ser ministro da Fazenda".
Levando-se em conta que Campos Neto é presidente do BC e Tarcísio o governador bolsonarista de São Paulo e citado como o candidato do grupo à presidência em 2026, é até ridícula a comparação com as "acusações" da Folha a Galípolo: "Galípolo esteve no galpão do MST" e "Galípolo visitou a feira anual do MST", quando nesta ocasião nem oficialmente da diretoria do BC ele fazia parte.
Segue a Folha em sua cobertura do jantar:
Mesmo assim, Campos Neto sinalizou a Tarcísio que aceitaria ser seu ministro da Fazenda se o governador decidir se tornar presidenciável.
Isso seria anunciado ainda durante a campanha, repetindo a estratégia de Jair Bolsonaro, que conquistou os votos do empresariado e do mercado financeiro ao anunciar Paulo Guedes como seu guru na Economia.
No entanto, para a Folha, "Lula e PT criticam Campos Neto, mas silenciam sobre agendas de esquerda de Galípolo"...
Os leitores não perdoaram. A começar pelos assinantes do jornal:
Na rede X, a Folha apanhou ainda mais:
A passagem de pano da Folha no bolsonarista presidente do BC é mais um dos micos do jornalão que os leitores não perdoam.