O novo depoimento à Polícia Federal do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), caiu como uma bomba na extrema direita brasileira. Segundo o militar, o ex-presidente teria recebido em mãos o dinheiro referente à venda das joias furtadas do acervo do Estado que foram vendidas nos EUA. No entanto, há um detalha ainda mais estarrecedor na delação do oficial do Exército, que mostra a que ponto o Brasil teria sido rebaixado como nação durante os quatro anos de mandato do radical ultrarreacionário.
Segundo Cid, o pacote com dólares, uma fração não revelada do total de US$ 68 mil conseguidos com a venda de alguns relógios de luxo, teria sido dado pessoalmente a Bolsonaro enquanto ele estava em viagem oficial ao território norte-americano para fazer o discurso de abertura da Assembleia-Geral das ONU, em Nova York, onde fica a sede da entidade.
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De fato, em 20 de setembro de 2022, o então chefe de Estado brasileiro estava na maior cidade estadunidense, oportunidade em que usou o espaço destinado ao país todos os anos, que por tradição e importância abre a sessão solene da Assembleia-Geral da ONU, para fazer do púlpito das Nações Unidas uma espécie de palanque eleitoral, se autopromovendo, desfilando um caminhão de absurdos e impropérios de seu arsenal infinito de bobagens e atacando seu então adversário nas urnas, o hoje presidente Lula (PT), que o derrotou.
No que diz respeito às informações do caso das joias furtadas do Estado, Cid, conforme interpretação dos investigadores que atuam no inquérito, teria ainda mais legitimidade e conhecimento para falar do episódio, uma vez que além de ser o assessor mais próximo do antigo ocupante do Palácio do Planalto, foi seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, quem vendeu os relógios e fez os saques em caixas eletrônicos para poder entregar a Bolsonaro, segundo a confissão do militar.
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Ainda de acordo com a delação vazada nesta quarta (19), uma segunda parte do dinheiro referente à venda das joias desviadas teria sido entregue a Bolsonaro, também em mãos, logo após o encerramento de seu mandato, no início de 2023, quando o já ex-presidente havia “fugido” para a Flórida, nos EUA, com a desculpa de não ter que entregar a faixa presidencial para Lula em 1° de janeiro daquele ano, embora as investigações tenham mostrado que alguns dos itens retirados do acervo tenham sido transportados para o exterior no avião presidencial, que é da Força Aérea Brasileira, nos últimos dias de sua estadia no cargo mais alto da nação.