CÂMERAS DE SEGURANÇA

Sequestro de Moro: Imagens revelam detalhes da morte dos suspeitos

Criminosos conhecidos como Nefo e Rê foram mortos na prisão e quatro presos são investigados; Identidade do quarto suspeito e armas dos crimes são reveladas

Sergio Moro (União Brasil-PR): senador, ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.Créditos: Roque de Sá/Agência Senado
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Acusados de planejar o sequestro do hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, foram assassinados na última segunda-feira (17) dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Nesta terça-feira (18), imagens das câmeras de segurança da instituição revelaram maiores detalhes das circunstâncias dos crimes, como a identidade do quarto suspeito e as armas utilizadas.

Quatro presos foram indiciados por duplo homicídio, suspeitos de participação: Luis Fernando Baron Versalli (53), Ronaldo Arquimedes Marinho (53), Jaime Paulino de Oliveira (46) e Elidan Silva Ceu (45). Todos foram interrogados. De forma sucinta, teriam afirmado à polícia que o assassinato de Nefo e Rê se deu por um "acerto de contas".

Os assassinatos aconteceram depois do almoço, durante banho de sol dos presos no pátio. Rê foi morto a facadas dentro do banheiro e Nefo foi assassinado em seguida, em pleno pátio.

De acordo com reportagem do jornalista Josmar Jozino publicada no Uol, dois vídeos de câmeras de segurança internas do presídio caíram nas mãos da Polícia Civil e confirmam as suspeitas.

Em um deles, os quatro suspeitos aparecem entrando num banheiro localizado no pátio com Rê. O local seria utilizado no passado como uma barbearia.

O outro vídeo volta a mostrar os 4 suspeitos no pátio. Elidan guardava a entrada da “gaiola”, uma grade segura para quem nela entrar, onde é possível pedir ajuda aos agentes penitenciários. Enquanto isso, Luís, Ronaldo e Jaime perseguiam e atacavam Nefo.

De posse das imagens, peritos foram enviados ao presídio e descobriram que Rê e Nefo foram mortos a golpes de canivete e punhal artesanal na cabeça, pescoço e abdômen.

Ordem do PCC

O Ministério Público de São Paulo acredita que o crime foi encomendado pela cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os chefões da facções estariam descontentes com a dupla que, além de ter falhado na missão de sequestrar Moro, ainda “falaram demais”.

A suposta missão tentaria usar Moro como moeda de troca para libertar líderes da facção presos na Penitenciária Federal de Brasília. Dentro do PCC, Nefo e Rê operavam uma célula de execução de ações estratégicas, e seus integrantes se reportam diretamente para a cúpula da facção.

Eles teriam sido flagrados em escutas e investigações da PF arquitetando o sequestro e assassinato de Moro, assim como um atentado que visava executar o promotor paulista Lincoln Gakiya, o chefe do GAECO, o grupo de repressão do MP que, entre outras incumbências, investiga o Primeiro Comando da Capital.

Eles foram presos em março de 2023 pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sequaz, que buscava desarticular célula terrorista do PCC. Outras 7 pessoas são acusadas de participação. Além de Rê e Nefo, a juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, aceitou denúncia contra 11 acusados. Oito deles viraram réus por organização criminosa e extorsão mediante sequestro.

Os assassinos

Os três assassinos de Nefo e Rê já identificados pela polícia têm penas superior a 36 anos de prisão em condenações por homicídio.

Versalli, de 53 anos, tem a pena maior de todos eles: 69 anos e seis meses por latrocínio e homicídios, um deles dentro da penitenciária de Iaras, também em São Paulo, em setembro de 2003.

Marinho, de 53 anos, foi condenado a 39 anos e 11 meses por homicídio, roubos e furtos. Em 2020, ele ganhou de  André Oliveira Macedo, o André do Rap, roupas, calçados, toalhas, fronhas, lençóis, cobertor, travesseiro, uma Bíblia e dois livros. À época, ele deixou a P2 em um habeas corpus.

Terceiro réu confesso, Oliveira tem 46 anos e está condenado a 36 anos e 4 meses por homicídios no interior de São Paulo. 

Os três foram isolados em um pavilhão disciplinar e vão responder por duplo homicídio. Suas defesa não se pronunciaram em público.