FORA LIRA

'Fora Lira' ganha ruas e lembra o 'Fora Cunha' também puxado por mulheres

Movimento das mulheres ganha as ruas do Brasil em protesto contra o PL do Estuprador e pedindo "Fora Lira"

Créditos: Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo
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A colocação de três PLs impopulares para votação relâmpago num mesmo dia, pode ter levado o presidente da Câmara Arthur Lira ao ponto sem retorno do pico da montanha. A tendência agora é de queda, e ela já começou.

Especialmente em protesto contra a aprovação para que fosse tratado com urgência o PL 1904/23, já conhecido como o PL dos Estupradores.

Machista inveterado, Arthur Lira desprezou a força das mulheres e elas responderam nas ruas, em convocação relâmpago de marchas contra o PL e, para desgraça de Lira, ecoando a nova palavra de ordem: "Fora Lira".

As marchas começaram na quinta, 14, com grandes concentrações em São Paulo, Rio, Minas. E elas se estendem pelo final de semana, com eventos marcados por todo o Brasil.

 

Fora Cunha

 

Exatamente como aconteceu com o à época todo poderoso presidente da Câmara, e padrinho político de Lira, Eduardo Cunha

Assim como Lira agora, Cunha resolveu desafiar as mulheres como autor do PL 5069/2013, que foi aprovado pela Comissão de Constituição Justiça e Cidadania, como o PL 1904/24 agora.

A reação foi a mesma: mulheres tomaram as ruas em protesto e lançando a palavra de ordem "Fora Cunha".

 

“Fora Cunha” foi a palavra de ordem de mais de 5 mil mulheres em protesto na Avenida Paulista, na última sexta (30), em São Paulo. Crianças, homens e mulheres com faixas e batucadas pediam o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

O PL 5069 criminaliza mulheres vítimas de violência sexual e prevê pena para qualquer pessoa que orientar método contraceptivo ou mesmo o aborto legal, permitido em caso de estupro ou por fetos anencefálicos, previsto na Lei número 2.848 de 07 de dezembro de 1940.

“Não podemos aceitar de braços cruzados o que está sendo proposto nesse projeto, que além de punir a mulher com a negação do atendimento de saúde, ela ainda terá de provar o estupro”, explicou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo e enfermeira, Ana Firmino. [CUT]

 

 

A partir dali o poder de Eduardo Cunha desceu ladeira abaixo. Ele só não foi tirado do poder porque era peça fundamental do impeachment da presidenta Dilma.

Mas, assim que a autorização para o processo de impeachment foi concedida pela Câmara, em 17 de abril de 2016, o destino de Eduardo Cunha foi selado. Em 6 de maio, o STF determinou seu afastamento da presidência da Câmara. Em 12 de setembro, foi cassado e tornado inelegível até 2026, exatos doze dias após o impeachment de Dilma, em 31 de agosto. Usado e descartado.

A queda de Lira começou agora.
 

"Fora Lira" nas ruas

 

Confira as manifestações marcadas (algumas já realizadas)