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VÍDEO - Lula defende Haddad e rebate pressão do 'mercado': "Minha preocupação é o povo"

Presidente vem sendo pressionado por ruralistas e pela 'Faria Lima' por corte de gastos em detrimento de investimento na área social

Lula discursa no Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social.Créditos: Ania Freindorf/ILO
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Após um discurso histórico como orador principal Fórum Inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social em Genebra, na Suíça, nesta quinta-feira (13), e pouco antes de embarcar para a Itália, onde participará da cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vem sofrendo críticas de setores empresariais após ter Medida Provisória para compensar a desoneração devolvida pelo presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

Haddad se tornou alvo de 'fritura' por parte do mercado, principalmente entre ruralistas e a burguesia empresarial da 'Faria Lima', por conta da MP, devolvida por Pacheco, que limita as compensações do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Desde então, esses setores, com o auxilio da imprensa hereditária, como Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo, vêm cobrando e até mesmo ameaçando Lula por um corte de gastos em detrimento dos investimentos na área social. 

Lula, entretanto, sinalizou que não pretende ceder a essa pressão e frisou que não governa para o mercado, mas sim para o "povo brasileiro". 

"Eu não governo preocupado com o mercado. Quero me preocupar com o povo brasileiro. Quero saber como está o povo. Se o povo estiver bem, pode declarar". 

E emendou: 

"O mercado deveria estar exigindo que o Banco Central baixasse os juros". 

Lula diz que Haddad é "extraordinário"

Ao ser perguntado por jornalistas em Genebra sobre notícias ventilando que Fernando Haddad, supostamente, teria "perdido força" após a devolução da MP do PIS/Cofins, apresentada pela Fazenda para compensar a arrecadação diante da folha de pagamento, Lula afirmou que o ministro é "extraordinário". 

"O Haddad é um extraordinário ministro. Eu não sei qual é a pressão contra o Haddad. Todo ministro da Fazenda, desde que me conheço por gente, ele vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo, quando a coisa não dá certo", declarou o mandatário. 

Lula ainda afirmou que "não deveria ter sido o Haddad que deveria ter assumido a responsabilidade. O Haddad assumiu e fez uma proposta. Por medo, os empresários não quiseram”.

“Agora, você tem uma decisão da Suprema Corte que vai acontecer. Se em 45 dias não houver um acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração, que era o que eu queria, por isso que eu vetei naquela época. A bola não está mais na mão do Haddad; a bola está na mão do Senado e na mão dos empresários”, pontuou. 

Veja vídeo: