Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (12), o advogado, cientista político e jurista Fernando Fernandes analisou que o judiciário brasileiro não está distante de uma nova fase de lawfare e lavajatismo.
O jurista, que foi voz ativa contra o lavajatismo e atuou enfaticamente contra os abusos do judiciário contra políticos e empresários, afirmou que as instituições brasileiras não foram suficientemente reformadas para evitar violações.
"Os lavajatistas estão dentro do sistema judiciário e do Ministério do Público Brasileiro. Nós estamos ainda, e o judiciário brasileiro não passou pela redemocratização adequada. Então, essa fagulha do que pode ocorrer por dentro do sistema judiciário brasileiro pode ser a qualquer momento, a qualquer coisa", afirma.
"Maioria momentânea"
Fernando Fernandes cita que a composição e conjuntura podem comprometer os valores democráticos brasileiros. Fernando relembrou, por exemplo, que Gilmar Mendes foi em primeiro momento um juiz em favor das operações lavajatistas. Posteriormente, ele teria mudado de lado por questões da própria política interna do judiciário.
"No momento em que ele percebe que as ações do Supremo Tribunal Federal dando apoio à Lava Jato criaram base para o bolsonarismo, que passou a atacar o Supremo Tribunal Federal, e, portanto, a eles próprios, ele percebe politicamente que era necessário mudar a posição. E percebe que os membros do judiciário tornaram-se uma força política através do Paraná", explica.
"No momento em que percebe isso, ele muda a composição do Supremo Tribunal Federal, porque ele, corajoso, com o Lewandowski, que já estava lá, consegue mudar a composição a ponto de, no último momento, a Carmen Lúcia mudar de posição e nós conseguimos a vitória no Supremo. Mas quero dizer isso porque essa maioria é momentânea e as conjunturas podem mudar", completa.
Confira a entrevista de Fernando Fernandes ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (12):