Após diversas tentativas de Jair Bolsonaro (PL) de direcionar as investigações, a Polícia Federal (PF) concluiu o mais recente inquérito sobre a facada no ex-presidente durante a campanha em 2018 e reiterou que Adélio Bispo dos Santos, autor do atentado, agiu sozinho.
A informação foi divulgada pelo diretor da PF, Andrei Rodrigues, durante café da manhã com jornalistas nesta terça-feira (11).
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"Adélio agiu sozinho é a conclusão do inquérito", afirmou. "Após retomada de investigações para identificar possíveis envolvidos no atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro em 2018, a Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso", reiterou a PF em nota.
No entanto, Rodrigues afirmou que agentes da PF realizam um operação na manhã desta terça contra o advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, que integreou a defesa de Adélio, por ligação com o Primeiro Comando da Capital, o PCC.
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"O advogado é ligado ao crime organizado. Mas [não há] nenhuma vinculação desse advogado com a tentativa de assassinato do ex-presidente. Nós informamos ao Judiciário, sugerindo o arquivamento dessa parte do inquérito", disse Andrei.
Na nota, a PF diz que "durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos".
"Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com os fatos investigados", ressalta a corporação.
Com o fim das investigações, a PF vai pedir o arquivamento do inquérito, já que Adélio está internado no presídio federal de Campo Grande desde 2018.
"O relatório final foi apresentado, atendendo a novas solicitações do Ministério Público Federal, e agora aguarda a manifestação do Juízo. A Polícia Federal manifestou-se pelo arquivamento do Inquérito Policial", diz a PF.
PCC
Dois inquéritos já haviam revelado que Adélio agiu sozinho e que ele não tem pleno domínio das faculdades mentais.
No novo inquérito, aberto após insistência de Bolsonaro, a Diretoria de Inteligência (DIP) da PF constatou por repetidos laudos psiquiátricos a insanidade mental de Adélio.
Responsável pelo inquérito, o delegado Martin Bottaro é um dos principais especialistas em PCC da Polícia Federal e identificou os indícios que apontam pagamentos da facção criminosa a Oliveira Magalhães.
Entre eles, há o pagamento fracionado de $ 315 mil realizados em 2020, dois anos após a facada, por pessoas supostamente ligadas ao PCC para uma empresa no nome Magalhães. O registro foi obtido por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf.