O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, foi parar em reportagem da revista Piauí da última sexta-feira (3), por razão nem um pouco abonadora. Segundo levantamento da publicação, ele já foi investigado por 16 homicídios em operações dos quais participou quando era policial.
Em entrevista a um canal de YouTube, em 2021, ele mesmo falou sobre sua saída da Rota. “Porque eu matei muito ladrão. A real é essa, simples. Pá!” O envolvimento dele com mortes prosseguiu em sua gestão como secretário. A Operação Verão, na Baixada Santista, por exemplo, terminou no dia 1º de abril com um total de 56 mortes.
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A atitude parece ter direito à recompensa na administração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Segundo reportagem publicada no Painel, da Folha, nesta quarta-feira (8), Derrite acaba de ser indicado ao conselho fiscal do Metrô no mês passado. Em setembro do ano passado, o secretário foi nomeado também no conselho da Cetesb, companhia ambiental de São Paulo. O currículo do ex-policial não tem relação alguma com as áreas de atuação dessas estatais.
Cada um dos conselhos rende a Derrite a quantia de R$ 6.581 por mês. Além disso, ao invés do salário de secretário de Segurança Pública, que é de R$ 31.115 bruto, ele optou por ficar com o de deputado, R$ 44 mil (R$ 32.247, líquido). Como ninguém é de ferro, ele ainda acumula o ganho de capitão da reserva da Polícia Militar, que dá mais R$ 9.663.
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Passando a régua, o secretário vai receber dos cofres públicos um total de R$ 67 mil brutos, resultando em R$ 50.755 líquidos.
Ainda segundo a Folha, aumentar os salários dos seus secretários em conselhos desse tipo tem sido uma prática corrente de Tarcísio.
Nota da secretaria
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública soltou nota em que afirma que a indicação de Derrite para o cargo no Metrô "atende às exigências e critérios estabelecidos pela legislação sobre a nomeação de representantes dos acionistas para conselhos de empresas públicas".
"As indicações são realizadas de acordo com deliberação do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado-Codec, assim como a fixação da remuneração, e os conselheiros são eleitos pela assembleia de acionistas, o que ocorreu em 29/04/24 e foi devidamente informado, por meio da publicação da Ata da Assembleia, disponível no Portal de Relações com Investidores do Metrô e atendendo a legislação vigente", diz ainda a nota.