A Concurso Nacional Unificado (CNU) será mantido neste 5 de maio, definiu o governo federal em reunião nesta quinta-feira (2). O Planalto estudava adiar a prova por conta das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29).
Até o momento, 2154 municípios foram afetados e 10 mil pessoas ficaram desalojadas. 32 mortes foram registradas por consequência das chuvas e enchentes.
Te podría interesar
CNU mantido
A ministra Esther Dweck, da pasta de Gestão e Inovação, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, e o presidente Lula decidiram manter a realização do evento.
"O Governo Federal envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes. Quaisquer atualizações serão informadas pelos canais oficiais do Ministério", disse em comunicado publicado na noite desta quinta-feira, 2.
Te podría interesar
Existem 10 cidades que terão execução da prova no Rio Grande do Sul e cerca de 200 mil candidatos no estado. Bagé, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Farroupilha devem receber a avaliação.
"Infelizmente, o governo decidiu manter a aplicação do Enem dos Concursos neste domingo, inclusive no Rio Grande do Sul, que enfrenta o maior desastre climático da sua história. É um erro com os gaúchos e gaúchas que perderam tudo ou não têm condições ou segurança para se locomover", afirmou a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RJ).
O governo do estado comandado pelo tucano Eduardo Leite também pediu o adiamento do concurso, negado pelo governo federal nesta quinta-feira (2).
O dilema do governo federal
A tragédia no RS colocou o governo em uma enrascada jurídica e logística.
O adiamento da prova poderia gerar uma impugnação em nível nacional. Uma mudança de data demandaria esforços homéricos para implementação de novos locais de prova e força de trabalho para aplicação do concurso.
O adiamento somente no RS também poderia gerar uma impugnação em nível nacional da prova, sob alegação de que os candidatos gaúchos seriam beneficiados pela semana extra de estudo e pela consulta ao modelo de avaliação, que é inédito no Brasil.
A manutenção da data do concurso também pode gerar impugnações e problemas jurídicos para o governo federal, em especial entre os candidatos do RS.
Os esforços logísticos para garantir a execução da prova serão focados no RS. Ainda assim, é inevitável que existam problemas de acessibilidade dos gaúchos, em especial nas regiões que sofrem com enchentes de grandes proporções.