Em rápida entrevista na manhã desta quinta-feira (23) antes de recepcionar o presidente do Benim, Patrice Talon, no Palácio do Planalto, Lula se pronunciou sobre a taxação de compras de até US$ 50 (R$ 257 na cotação atual) em sites de e-commerce como Shein, Shopee e AliExpress.
Bem humorada, o presidente brasileiro afirmou que "todo mundo compra essas bugigangas", incluindo a esposa, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, e "a filha do Lira", sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira.
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Em linha com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o presidente ressaltou que é preciso um "consenso" sobre o imposto, que já existia, mas era ignorado durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
"Eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras. Mas, nós temos dois tipos de gente que não paga imposto: você tem as pessoas que viajam, que têm isenção de 500 dólares no free shop, que tem mais isenção de 1 mil dólares", afirmou.
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"E como é que você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio para o cabelo. Eu quando discuti disse para o [vice-presidente, Geraldo] Alckmin: sua mulher compra, minha mulher compra, sua filha compra, a filha do Lira compra e todo mundo compra", emendou.
Lula, então, afirmou que busca uma solução para o caso.
"O que precisamos é ver um jeito de não tentar ajudar uns, prejudicando outros. Fazer uma coisa uniforme. Então, estou disposto a conversar e encontrar uma saída".
Haddad
Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22), Haddad afirmou as preocupações de lojistas e do comércio brasileiros são legítimas diante da vista grossa que era feita sobre a taxação do e-commerce e que precisa “haver um entendimento entre os Três Poderes para resolver essa situação”.
O ministro ainda afirmou que havia "determinação política" de Bolsonaro para que não se taxasse as empresas de e-commerce, que manobravam para não pagar impostos e remeter produtos mais baratos ao Brasil.
"Isso estava apurado pela Receita Federal e ninguém fez nada. Nada. Seis anos sem ninguém fazer nada, deixando a boiada passar", afirmou o ministro.
“Se tivéssemos resolvido na origem, não teríamos o problema que temos hoje. Mas agora o problema cresceu e temos que buscar uma solução conjunta, não pode cair em cima de uma pessoa um problema que não foi feito antes, mas o Congresso tem toda a liberdade de disciplinar essa matéria por lei”, emendou.
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