Foram vários os momentos em que a jornalista Kelly Matos, da Rádio Gaúcha, confrontou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na noite desta segunda-feira (20), durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.
Em um deles, Leite avisa que “há uma zona do estado em que não há dados mais precisos porque falta um radar com precisão para ter a apuração dos dados meteorológicos daquela região. Nós contratamos esse serviço, o radar ainda não chegou”.
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Neste momento, a jornalista cerra os olhos em sinal de desaprovação. O governador, então, completa: “há uma semana e meia atrás (Sic), estava sendo empacotado na República Tcheca”.
Veja abaixo:
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Outras agendas
À Folha de S. Paulo, Leite havia afirmado que seu governo ignorou alertas e estudos que, antes da atual tragédia das chuvas, já apontavam um desastre climático iminente, pois seu governo teria "outras agendas". Kelly Matos então questionou o governador que "outras agendas" seriam essas, visto que uma declaração do tipo, segundo ela, "toca de uma maneira muito difícil" a população afetada.
"Que outras agendas são mais importantes? Gostaria que o senhor pudesse nos explicar", solicitou a repórter.
Eduardo Leite, ao responder, fez mais uma declaração desastrosa, tentando se isentar da culpa pela repercussão negativa de sua resposta sobre "outras agendas" e responsabilizando as redes sociais e manchetes jornalísticas. De acordo com o governador, sua culpa se limita ao fato de "talvez não ter se expressado bem".
"Agradeço a sua pergunta porque dá a oportunidade de esclarecer, em virtude, inclusive, de a gente ter no mundo das redes sociais... Eu digo que fake news não é só mentir deliberadamente. Faz parte das fake news também, e da desinformação, as manchetes e os recortes que se fazem para as redes sociais para conseguir cliques, curtidas, compartilhamentos que mobilizam nas redes. Talvez, a culpa de eu não ter me expressado bem", disparou.
"Que fique claro: nós temos uma série de pautas com as quais o governo tem que lidar. A do meio ambiente, sem dúvida nenhuma, uma importantíssima, sobre a qual o governo também atua. De setembro para cá e antes mesmo disso. Mas é importante lembrar o contexto em que o governo do Rio Grande do Sul opera (...) Esses heróis que atuam na defesa civil, nos bombeiros, há três anos estavam com os salários atrasados", prosseguiu, na tentativa de elencar quais seriam as "pautas prioritárias" que fizeram seu governo ignorar os alertas climáticos.