O comunicador e influencer Felipe Neto resgatou um vídeo que produziu durante as eleições de 2022, não sobre a escolha presidencial, mas sim a respeito da disputa pelo governo do estado do Rio de Janeiro.
No vídeo em questão, Felipe Neto busca chamar a atenção para o então candidato Cláudio Castro (PL-RJ) e as denúncias de corrupção que já pairavam sobre o ocupante do Palácio de Guanabara.
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"A gente tem aqui no Rio de Janeiro Cláudio Castro sendo eleito nesse momento. O Cláudio Castro foi pego na delação com vídeo da câmera de segurança dele entrando em um escritório com uma mochila e saindo com a mochila cheia de coisas dentro, e o delator falou: deu R$ 100 mil para ele, de propina, e o Cláudio Castro falou que era chocolate. É esse cara que o Rio de Janeiro está elegendo para governador. Quantos candidatos bandidos terão que ser eleitos no Rio de Janeiro para governador?", disparou Felipe Neto.
O caso a que se refere Felipe Neto diz respeito ao delator Marcus Vinicius Azevedo da Silva, empresário e ex-assessor do governador Cláudio Castro. Em delação, Vinicius afirma que Castro, quando vereador e na época em que era vice-governador, recebeu propina carregada em mochila.
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Ainda de acordo com a delação de Marcus Vinicius, Cláudio Castro recebeu propina no exterior - US$ 20 mil, equivalente a R$ 104 mil, em uma viagem com a família para Orlando, na Flórida, onde ficaram hospedados no parque da Disney. À época, o governador do RJ negou todas as acusações.
Claudio Castro pode ser cassado
O desembargador Peterson Barroso Simão, do Tribunal Regional Eleitoral do RJ (TRE-RJ), que é o relator das ações que pedem a cassação de Cláudio Castro (PL-RJ), votou pela perda de mandato do governador do Rio e o apontou como "autor intelectual" de esquema fraudulento de contratação de quase 20 mil pessoas.
Em seu voto, Peterson declarou que "foi nítido o caráter eleitoreiro. A responsabilidade direta de Cláudio Castro permitiu conduta ilícita [...] a quantidade exorbitante em 2022 beneficiou os réus. Está caracterizado abuso de poder político".
Além da cassação de Cláudio Castro, a ação também pede que percam os mandatos e direitos políticos o vice-governador Thiago Pampolha (MDB), o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e Allan Borges, ex-subsecretário de Habitação da Secretaria de Infraestrutura.
Além do relator, mais seis magistrados restam para votar.
Entenda o escândalo que pode cassar Cláudio Castro
O Ministério Público Eleitoral (MPE) protocolou ação pedindo a cassação da chapa que reelegeu o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e seu vice, Thiago Pampolha (União Brasil). A acusação é de abuso de poder político e econômico e conduta vedada pelo uso de “folha de pagamento secreta”.
O governador do Rio foi reeleito no primeiro turno, com 58,5% dos votos, em meio a um escândalo marcado por "funcionários fantasmas" na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado (Ceperj).
A Procuradoria Regional Eleitoral acusa Cláudio Castro e seu vice de manterem uma folha de pagamento secreta com 27 mil cargos temporários na Fundação Ceperj e mais 18 mil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O documento informa que os desvios foram auditados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O texto da ação diz, ainda, que o esquema foi custeado por recursos obtidos no leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).
Marcelo Freixo (PT-RJ), que disputou o pleito contra Castro, considera "muito grave" a denúncia apresentada pelo MPE. "A denúncia é muito grave. Envolve quase 40 mil cargos na Fundação Ceperj e na Uerj, que somam mais de R$ 200 milhões desviados", declarou o deputado à Fórum. Por meio de sua assessoria, Freixo afirmou ainda que "espera agora que a Justiça analise a denúncia o mais rápido possível". De acordo com a acusação do MPE, funcionários sacaram mais de R$ 220 milhões em espécie na boca do caixa.
Durante as eleições, Freixo denunciava o abuso econômico e os casos de corrupção que agora são objeto de acusação formal contra Cláudio Castro. Em debate entre os candidatos ao governo do estado exibido pela TV Globo em 28 de setembro, Freixo chegou a afirmar que o Rio de Janeiro não precisava de mais um governador preso, referindo-se ao adversário. "A gente precisa de um governo que tenha credibilidade. Que o investidor tenha certeza de que o governador não vai ser preso. Que ele não está sendo investigado no STJ [Superior Tribunal de Justiça], que ele não está pendurado, que ele não vai ser réu a qualquer momento para poder ser preso como todos os outros anteriores foram. É muito importante que a gente possa ter credibilidade para gerar previsibilidade”, declarou o então candidato a governador pelo PSB.