Diante da avalanche de provas que o colocam no centro da organização criminosa que articulou um golpe de Estado, o general Walter Braga Netto, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), tem passado as últimas semanas elaborando com advogados a estratégia de defesa que deve expor à Justiça.
Para rebater as provas da Polícia Federal (PF) sobre as recorrentes idas ao Palácio do Alvorada após a vitória de Lula nas eleições, o general pretende colocar Bolsonaro em uma posição vexatória.
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Segundo a revista Veja desta sexta-feira (5), Braga Netto vai confirmar que ia diretamente à residência oficial da Presidência para "consolar" Bolsonaro, que estava "abatido" com a derrota.
Braga Netto ainda vai negar que articulou a ação com as Forças Especiais do Exército, os chamados kids pretos, mesmo diante de provas obtidas no celular do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, de que o general ofereceu dinheiro do PL para bancar a idade dos militares ao acampamento golpista na capital federal.
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Sobre os ataques aos generais que se posicionaram contra o golpe, revelados em trocas de mensagens pelo WhatsApp, Braga Netto dará duas versões.
A respeito do general Tomás Paiva, atual comandante da Força, ele vai alegar que as críticas seriam para rebater “uma atitude de caráter pessoal, de extrema desumanidade” do militar contra Eduardo Villas-Bôas, um dos totens do bolsonarismo.
Já em relação a Marco Antonio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Jr., que teria confrontado Bolsonaro em reunião no Alvorada, o candidato a vice dará uma outra versão.
Braga Netto dirá que a "revolta e os xingamentos" contra os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica seriam pela "falta de respeito", já que se recusavam até mesmo a atender telefonemas de Bolsonaro.
A estratégia de defesa, caso se confirme, mostra o desespero de Braga Netto diante das provas que se amontoam contra ele.