Celebrado na horda bolsonarista como uma ajuda dos EUA à narrativa da "ditadura do judiciário" no Brasil, o relatório "O ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil", divulgado pelo trumpista radical Jim Jordan é, na verdade, um compilado dos crimes cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra Lula durante o processo eleitoral.
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Os documentos e decisões sigilosas de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelam a estratégia do gabinete do ódio em espalhar fake news em meio ao processo eleitoral de 2022, vencido por Lula, e sustentam a decisão do ministro para bloqueio de centenas de perfis na rede X, de Elon Musk, além do Facebook e Instagram.
No relatório de 541 páginas, composto na maioria por atos processuais da justiça brasileira, há, por exemlo, um parecer do ministro Benedito Gonçalves, do Ttribunal Superior Eleitoral (TSE), que lista uma série de mentiras propagadas pelo próprio Bolsonaro contra Lula, ecoada nas redes sociais.
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Entre os ataques, estão a fake de que Lula "defende a lunática pauta de que a criança toque em homem pelado em museu", a de que o então candidato "promove ataques à religião, apoia o narcotráfico, incentiva o uso de drogas, realiza rituais satânicos e, se eleito, iria liberar a prática abortiva".
O documento mostra ainda a propagação da fake news associando Lula "ao assassinato de um cinegrafista e à ordem de assassinato do [então] presidente Jair Bolsonaro", em relação à facada desferida por Adélio Bispo dos Santos durante a campanha de 2018.
Gonçalves julga procedente a ação, movida pela federação partidária que apoia Lula.
O relatório ainda cita 209 vezes o nome de Alexandre de Moraes e expõe uma série de decisões, até então sigilosas, que mostram os motivos do bloqueio de perfis nas redes sociais.
Documentos ainda citam "incitação de atos de assédio contra o ministro", com a convocação de bolsonaristas para achaques em eventos que Moraes estaria presente. Além disso, o blogueiro Allan dos Santos teria divulgado dados pessoais da esposa do ministro, que virou alvo de ataques da horda extremista.
O relatório ainda afirma que o blogueiro bolsonarista realizou uma ligação "com palavras agressivas e de ordem" após divulgar o número de telefone e WhatsApp de Moraes.
A divulgação fez com que os bolsonaristas fizessem "centenas de ligações" ao ministro do Supremo, além de envio por WhatsApp de "mensagens de cunho ofensivo e ameaçador, colocando em risco a segurança pessaol do ministro e de sua família".
Leia a íntegra do relatório