A cisão entre lavajatismo e bolsonarismo foi momentânea e já ficou no passado. Após livrar-se da cassação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Sergio Moro (União-PR) está se colocando definitivamente sob as asas do clã Bolsonaro, que articula uma frente ampla agregada à ultradireita fascista para confrontar o governo Lula, com vistas às eleições de 2024 e de 2026.
Coube a Flávio Bolsonaro selar o elo com Sergio Moro ao defender publicamente que o PL não recorra no Tribunal Superior Eleitoral da decisão da Justiça do Paraná, fazendo o enfrentamento direto com o presidente da sigla, Waldemar da Costa Neto, que quer levar à última instância o processo de cassação do ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).
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O ex-presidente já vinha trabalhando nos bastidores para que o PL desistisse de recorrer da decisão do TSE. A sigla propôs um dos processos para cassação de Moro por abuso de poder econômico. A outra ação foi movida pela federação encabeçada pelo PT.
Em entrevista à coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo desta quarta-feira (17), o filho "01" disse que a orientação para que o PL não leve adiante o processo de cassação de Moro partiu de seu pai.
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"Se há uma orientação partidária que tem que ser seguida, a orientação partidária é que o PL não recorra, essa é a orientação do presidente Bolsonaro", disse o senador, em afronta direta a Waldemar da Costa Neto.
Costa Neto diz ter receio de uma reprimenda da Justiça Eleitoral caso o PL desista da ação tendo que pagar R$ 1,2 milhão do fundo partidário em honorários aos advogados.
“Isso, infelizmente, não para de pé. Isso é uma justificativa que todo mundo sabe que não existe. Com advogado, você renegocia o prazo para fazer o pagamento, honra o contrato que foi feito com esses advogados, e o PL tem condições de fazer isso”, contestou Flávio.
Segundo ele, a insistência de Costa Neto em recorrer da decisão "passa a impressão de algum fato estranho, que ninguém sabe qual é".
"A ação vai subir para o TSE de qualquer forma, em função do recurso do PT. Acho que nós não temos que nos igualar ao PT nessa pauta”, emendou Flávio.
Além da frente ampla fascista costurada com Moro, Flávio ainda sinaliza que o clã pretende fazer uso político da questão, ampliando a narrativa de perseguição aos aliados do clã.
"[Recorrer da decisão] é um precedente ruim e passa a impressão para a população que só se persegue políticos que são de alguma forma mais ligados ao Bolsonaro”, afirma.