Na última terça-feira (9) o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu arquivar os processos que miravam funcionários do BNDES envolvidos com a liberação de empréstimos à JBS em 2015. À época das acusações, eles foram apontados como operadores da chamada “caixa preta” do banco, que jogaria a favor de determinados empresários e ajudaria na criação dos chamados “campeões nacionais”.
O próprio Eike Batista, famoso empresário carioca, ficou famoso como sendo um desses "campeões". A narrativa então dizia que a “caixa preta do BNDES” favoreceria empresários “amigos de Lula” em detrimento do próprio banco público e passou a ganhar força na mídia hereditária. Num contexto de em que a “luta contra a corrupção” despontava como o principal espantalho do discurso antipetista, a história ajudou a fundar o lavajatismo e posteriormente o próprio bolsonarismo.
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No ato da tomada do empréstimo, o objetivo da JBS era adquirir frigiríficos nos EUA e no Brasil para expandir os seus negócios. E ao contrário da acusação, o negócio entre banco e empresa trouxe um lucro de R$ 16,5 bilhões ao BNDES, conforme apontado por Aloizio Mercadante, presidente da instituição, durante o desenrolar do processo. Por essa razão, os processos foram arquivados.
De acordo com Leonardo Attuch, editor-responsável pelo site Brasil 247 em artigo sobre a decisão do TCU, “os técnicos do BNDES deveriam ser premiados” por terem trabalhado para viabilizar tal negócio. Nesse contexto, a decisão do TCU, conforme avaliação do jornalista, escancara que a chamada “caixa preta do BNDES” não passa de uma fake news.
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“O resultado do investimento realizado, com a valorização da sções e o fortalecimento das empresas apoiadas, com o conseguente aumento dos lucros, era justamente o almejado dentro da política pública então praticada”, diz o ministro Jorge Oliveira (TCU) em nota divulgada para os meios de comunicação que aponta os lucros obtidos pelo BNDES na ordem de 410% entre 2011 e 2021.
Em outras palavras, ter feito os empréstimos para a JBL, nesse caso, pode realmente ter fortalecido um dos “campeões do Brasil”. Mas não foi em detrimento dos cofres ou das políticas públicas. Pelo contrário: os lucros para o BNDES foram bilionários e o fortalecimento do empresariado nacional era justamente a orientação daquele momento.