A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, foi para cima da também deputada federal Rosangela Moro (União-SP) após o anúncio oficial de que a esposa do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro levou domicílio eleitoral de volta para o estado do Paraná. Ela foi eleita por São Paulo e o marido até tentou fazer o mesmo, mas por razões jurídicas foi obrigado a permanecer candidato no estado do Sul. A decisão teria sido tomada para que, em caso de cassação de Moro, que está na berlinda com o TSE, ela possa ser candidata ao Senado para a vaga aberta.
“Ao trazer de volta seu domicílio eleitoral para Curitiba, Rosângela Moro e o ex-juiz Sergio Moro dão mais uma prova de seu desprezo pela população paranaense. Quando pensavam estar na crista da onda, mudaram pra São Paulo, porque achavam o Paraná pequeno demais pra eles. Quando o plano de ser candidato a presidente deu com os burros n’água, o ex-juiz parcial teve de voltar correndo. Agora que vai ser cassado, por causa dos crimes eleitorais que cometeu, traz a mulher de novo, pra ser candidata na vaga dele. Desrespeito também com a população de SP que a elegeu deputada. São moralistas sem moral! Colocam seus interesses pessoais e de poder acima do interesse público. Nossa gente merece respeito!” escreveu Gleisi, que também é paranaense.
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Pode dar errado para ela também
A manobra de Rosangela Moro (União-SP), que mudou o domicílio eleitoral para o Paraná após ser eleita por São Paulo, pode selar um destino comum com o marido, Sergio Moro (União-PR), que deve ter o mandato de senador cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) em 1º de abril, no julgamento das ações que o acusam por abuso de poder em 2022.
"Conja" de Moro, como definiu o próprio ex-juiz, a deputada estaria realizando um "estelionato eleitoral", segundo nota do grupo Prerrogativas, ao retomar o domicílio no Paraná para disputar as eleições ao Senado no Estado, que devem ser convocadas assim que Moro for cassado.
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Antes de tomar a decisão, advogados da deputada se debruçaram sobre a legislação para tentar evitar quaisquer penalizações. No entanto, especialistas ouvidos pela Fórum afirmam que há brechas para que Rosângela, com a manobra, tenha seu mandato cassado - assim como o marido.
Para advogados que fazem parte do Grupo Prerrogativas, há uma série de infrações que podem implicar Rosângela Moro no estelionato eleitoral, como:
- Ato de infidelidade partidária, pois mudou o endereço sem consultar a direção da sigla.
- Ao se "mudar" para o Paraná, se desprendeu do vínculo com São Paulo, estado que ficaria com decréscimo na representatividade no Congresso.
- Comprova que fraudou o domicílio eleitoral, com propósitos ilícitos, ao concorrer à Câmara por São Paulo.