Uma nova pesquisa Atlas divulgada nesta quinta-feira (7) mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em queda no que diz respeito à sua aprovação, confirmando a sondagem apresentada pela Quaest ontem (6), que já revelava a mesma tendência.
De acordo com o levantamento, os brasileiros que aprovam o governo Lula são 47,4% dos, índice que era de 52% em janeiro, na última pesquisa. Já os que reprovam a gestão do petista somam 45,9%, ante os 43% do início do ano. Os que não souberam responder à avaliação pouco mudaram, sendo 7% agora e 6% na pesquisa anterior. Tecnicamente, os números indicam um empate técnico.
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Nos mais variados recortes populacionais, os índices de aprovação e reprovação oscilam muito. As mulheres, por exemplo, aprovam mais o governo (Lula 49,4%) do que os homens (45,1%), ao passo que a popularidade do presidente é maior também entre os moradores do Nordeste (49,7%) do que entre os cidadãos do Sul (37%). Por outro lado, entre evangélicos Lula apresenta somente 29,2% de aprovação, contra 62,8% de reprovação.
Um dado que chamou a atenção é que o presidente da República aumentou sua popularidade numa fatia do eleitorado onde até pouco tempo não era tão elevada: os mais ricos. Entre aqueles que ganham mais de R$ 10 mil por mês, são 48,6% os que aprovam seu governo, contra 40,6% que desaprovam. Para efeitos de comparação, nas camadas mais pobres, com renda de até R$ 2 mil, o petista tem 53,6% de aprovação, diante de ‘apenas’ 36,4% que avaliam de forma negativa sua gestão.
Na estratificação em termos de “qualidade” do governo, a pesquisa Atlas revelou que para 38,1% dos entrevistados o governo é “ótimo ou bom”, enquanto 40,6% consideram a gestão “ruim ou péssima”. Os que avaliaram o governo como “regular” somam 18,2%. Os que não souberam responder à questão foram 3,1% do total de pessoas ouvidas.
Possíveis problemas que explicam
O governo do presidente Lula vem obtendo bons resultados em termos econômicos, sobretudo no campo do emprego e da geração de renda, com uma significativa queda no índice de desemprego e na frenagem da inflação galopante registrada nos últimos anos da gestão de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, sem conseguir uma redução real dos preços finais para o consumidor, sobretudo nos alimentos e nos combustíveis, a insatisfação de frações da população tende a crescer.
Alguns analistas também entendem que a reorganização do bolsonarismo em torno da manifestação realizada em 25 de fevereiro, que conseguiu grande repercussão nas redes e na imprensa, assim como casos notórios de fake news, como a farsa das “meninas do Marajó”, igualmente amplificado entre a população, possa ter permitido um aumento daqueles que não “se alinham” ao atual governo. Entre os evangélicos, parcela considerável dos brasileiros, houve ainda um outro problema significativo: a fala de Lula apontando o massacre que Israel vem promovendo contra palestinos na Faixa de Gaza, o qual ele comparou com as mortes de judeus durante a 2ª Guerra Mundial pelas mãos dos nazistas.