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Deputado bolsonarista vira réu por chamar colega de “assassina de bebês”

Gilvan da Federal agora responde à Justiça Eleitoral por violência política de gênero; Discussão com a deputada estadual Camila Valadão ocorreu quando ambos eram vereadores em Vitória (ES)

Gilvan da Federal (PL-ES), deputado federal.Créditos: Reprodução/Twitter
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O deputado federal bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) voltou ao noticiário. Dessa vez ele foi tornado réu pela Justiça Eleitoral do Espírito Santo e responderá por violência política de gênero por ter chamado Camila Valadão (Psol-ES) de “satanista” e “assassina de bebês”.

A vítima hoje ocupa o cargo de deputada estadual e, na época das ofensas, ambos eram vereadores em Vitória. Em dezembro de 2021 Gilvan se enfureceu com a presença de professores na Câmara Municial e passou a ofendê-los.

Camila Valadão se colocou ao lado dos trabalhadores e chamou para si a ira do colega. Aos gritos, ele proferiu as ofensas: “satanista”, “maquiavélica”, “canalha”, “covarde” e “assassina de bebês”.

A parlamentar então denunciou o colega e no último dia 28 de fevereiro a juíza Heloísa Cariello aceitou a denúncia. Segundo seu entendimento, o bolsonarista ultrapassou a linha das diferenças e do debate de ideias para oferecer uma conduta de agressão na direção de Camila.

“Utilizou de menosprezo à condição de muher, com a finalidade de impedir ou de dificultar o desempenha de seu mandato eletivo; outrossim, ele a injuriou, ofendeu sua dignidade e decoro, ao utilizar elementos diferenciados, pejorativos, referentes à religião”, diz a juíza.

Agora Gilvan poderá apresentar sua defesa e o processo seguirá colhendo provas e depoimentos até que a Corte decida se o condena ou não. A defesa do parlamentar ainda não se manifestou publicamente sobre a denúncia.

Já Camila Valadão, nas redes sociais, comemorou a aceitação da denúncia e relembrou o episódio: “Fui interrompida, desqualificada, insultada”, escreveu.

Gilvan da Federal tem histórico de atritos com mulheres. Além das ofensas a Camila, ele também é réu por transfobia após dizer que a ativista Deborah Sabará não seria uma mulher e no mês passado foi condenado a indenizar Jaqueline Moraes (PSB), secretária das Mulheres do ES, por tê-la difamado.