No desenrolar da investigação do caso Marielle Franco, um dos episódios mais recentes que têm chamado a atenção é o papel do delegado Giniton Lajes, anteriormente encarregado do caso. Recentemente, a Polícia Federal realizou uma operação que teve como alvo o próprio delegado, levantando questões sobre sua conduta e possível obstrução da justiça.
Giniton Lajes ganhou notoriedade em 2019 ao trazer à tona um suposto namoro entre um dos filhos do então presidente Jair Bolsonaro e a filha de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos executores da vereadora Marielle Franco. Este evento, que na época causou grande repercussão, agora é revisitado à luz das investigações em curso.
Te podría interesar
Segundo o relatório da Polícia Federal que embasou a ação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Giniton foi apontado como o nome indicado pelo então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, para liderar as investigações de forma a não revelar os mandantes do crime. Essa indicação levanta suspeitas sobre a conduta do delegado e sua possível colaboração para impedir o avanço das investigações.
Em uma entrevista concedida em março de 2019, Giniton Lajes minimizou o suposto relacionamento entre o filho de Bolsonaro e a filha de Ronnie Lessa, afirmando que isso não era relevante para a motivação do crime e seria abordado em momento oportuno. No entanto, posteriormente foi revelado que Jair Renan Bolsonaro foi quem teve esse envolvimento, embora ele não tenha sido mencionado nas investigações conduzidas pela PF.
Te podría interesar
Tentativa de desviar o foco
Para os investigadores, a menção do suposto namoro por parte de Giniton Lajes teria sido uma tentativa de desviar o foco dos verdadeiros mandantes do assassinato de Marielle Franco. Conforme apontado pela Polícia Federal, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão foram identificados como os mandantes do crime e foram presos no dia 24 de março.
No relatório da PF, Giniton Lajes é descrito como responsável por garantir a impunidade dos autores do assassinato de Marielle. Embora não tenha sido preso, o delegado foi alvo de busca e apreensão, afastado de suas funções e obrigado a utilizar uma tornozeleira eletrônica.