Em entrevista ao site Metrópoles, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que a prisão do assassino de Marielle Franco, Ronnie Lessa, foi prorrogada para não interferir nas eleições de 2018.
Witzel relatou que, em novembro de 2018, durante a transição de governo para assumir após a intervenção federal no Rio de Janeiro, ele perguntou sobre o caso Marielle.
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A Polícia Civil respondeu que já tinha os executores, mas não tinham os mandantes do crime. Segundo Wilson Witzel, eles já sabiam e tinham motivos para prender Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, mas optaram por prorrogar essa prisão para proteger Bolsonaro.
A questão mais sensível era a residência de Ronnie Lessa, que morava no condomínio Vivendas da Barra, onde morava o ex-presidente do Brasil.
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"Você imagina se essa informação é divulgada, se eles são presos na véspera da eleição. O matador da Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele momento?”, relatou Witzel.
Ele lembra que Braga Netto era interventor federal no Rio de Janeiro, e tomou, na prática, o posto de governador. Segundo Witzel, a informação sobre quem eram os mandantes do crime poderia estar sob conhecimento de Braga Netto, e que o general poderia ter ordenado a prorrogação para beneficiar seu candidato à presidência, Jair Bolsonaro.
“Eu não posso afirmar que ele [Braga Netto] segurou [a prisão]. Mas é preciso perguntar ao Giniton Lages, hoje investigado, e ao delegado Rivaldo Barbosa, se essa informação foi levada ao interventor e ao secretário de Segurança Pública [Richard Nunes]", continuou.
"Se eles [Giniton e Rivaldo Barbosa] levaram ao conhecimento do general Richard e do general Braga Netto, só os dois vão poder afirmar. Acredito que eles possam querer fazer delação. Sonegar essa informação durante a eleição é gravíssimo", completou o ex-governador.