Primo do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), Jorge Luiz Caiado Júnior foi denunciado pelo Ministério Público do estado (MP-GO) por participação no assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, em junho de 2021.
O governador bolsonarista esteve junto com o mandatário paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), em uma viagem a Israel, onde encontraram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que promove um genocídio em Gaza.
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A denúncia ocorreu na terça-feira (19) e foi divulgada pela jornalista Fabiana Pulcineli, do jornal O Popular, de Goiás.
Ex-assessor do governo de Goiás, Carlos César Savastano de Toledo, conhecido como Cacai, foi denunciado como mandante do crime.
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Segundo os promotores, o primo de Caiado teria usado "o prestígio na Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás e a proximidade com policiais militares" para ajudar Cacai a planejar o crime.
Em dezembro, o MP-GO já havia denunciado Cacai e cinco policiais militares, acusado de serem os executores do assassinato, entre eles Glauko Olívio de Oliveira, Thiago Marcelino Machado e Erick Pereira da Silva.
Escobar Cavalcante teria sido executado após desavenças com Cacai nas eleições de 2018. Na ocasião, eles trabalharam juntos para a eleição de Ronaldo Caiado.
Segundo o MP-GO, "após o término das eleições, Fábio Escobar, inconformado com o descumprimento da proposta de cargo feita por Cacai, passou a divulgar nas redes sociais e imprensa local notícias de condutas reprováveis envolvendo Cacai. Por sua vez, o denunciado Carlos Toledo revoltou-se com as acusações lançadas por Escobar, manifestando, frequentemente, a pessoas próximas, seu desejo ativo por vingança".
Segundo depoimento do coronel Newton Neri Castilho, ex-chefe da Casa Militar de Ronaldo Caiado, Jorge Caiado e Cacai estiveram em seu gabinete para "buscar apoio para exterminar Fábio Escobar".
Ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), coronel Benito Franco, disse que também recebeu a dupla com o mesmo discurso.
"Os denunciados declararam que, em verdade, buscavam o apoio para exterminar Fábio Escobar. O coronel Castilho, por sua vez, negou a proposta e declarou que não era 'jagunço' e enfatizou que seu papel era o combate ao crime e não o revés. Logo, a dupla se retirou do local", diz a denúncia, que ressalta que o primo governador "aderiu ao sentimento de vingança nutrido por Cacai, passando a prestar-lhe auxílio moral e material na execução de seu desiderato criminoso".
Alego
Após atuar na Casa Civil do governo de seu primo Ronaldo Caiado, Jorge Caiado é lotado como assessor técnico da Diretoria Parlamentar da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde recebe um salário de R$ 18,6 mil por mês.
Nesta quarta-feira (20), o deputado Mauro Rubem, líder do PT, cobrou do presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), a exoneração de Caiado.
“Presidente Bruno Peixoto, pelo que me consta, o senhor Jorge Caiado trabalha aqui na Assembleia. Então, presidente, eu acho que não é prudente que tenhamos aqui entre nós uma pessoa que está denunciada numa situação como essa. E sobretudo em uns processos tão difíceis de andar. Isso tem que ser tratado”.
Rubem também questionou sobre a demora em se prender o foragido Carlos Toledo: “Deve ser um ninja, porque ninguém consegue prendê-lo. Eu faço aqui a suspeita mesmo. Será que o governo está interessado em cumprir o que a justiça determinou? De prender o senhor Cacai? Interessante que nós não temos informação nenhuma”.
No entanto, Peixoto se reuniu com Jorge Caiado. Após ouvir do primo do governador que provará a sua inocência, o presidente da Alego decidiu mantê-lo no cargo.