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VÍDEO - Bolsonarista, pai de Gabriel Monteiro, que está preso, vota contra o fim das saidinhas: "Covardia"

"Eu sou pai de Gabriel Monteiro e todo sábado eu estou lá em Bangu 8", disse Roberto Monteiro ao disparar contra projeto aprovado no Congresso Nacional

O deputado federal Roberto Monteiro e seu filho, o ex-vereador Gabriel Monteiro, que está preso em Bangu 8.Créditos: Mario Agra/Câmara dos Deputados/Divulgação/SEAP
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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (20), o projeto de lei acaba com as chamadas "saidinhas" - as saídas temporárias de presos do sistema carcerário em feriados e datas comemorativas. 

A proposta já havia sido aprovada pela Casa, mas retornou para análise após sofrer alterações no Senado. Antes, o projeto, apoiado principalmente por bolsonaristas, previa a extinção da saída temporária de presos em todas as situações. Os senadores, entretanto, mudaram o texto para que o benefício seja permitido a detentos em regime semiaberto que estudam ou participam de cursos profissionalizantes. 

Diante das mudanças, a nova votação na Câmara foi simbólica - isto é, quando há consenso entre todos os partidos para aprovar o projeto. 

Apesar do acordo, há deputados que se posicionaram contra o fim das saidinhas e um deles é o bolsonarista Roberto Monteiro (PL-RJ), pai do ex-vereador Gabriel Monteiro, que está preso desde 2022 pelo estupro de uma jovem de 23 anos e que responde criminalmente na Justiça por ter gravado e armazenado imagens de relações sexuais com uma menor de idade.

Pouco antes da votação, Monteiro foi à tribuna da Câmara para classificar o projeto como uma "covardia" e citando, inclusive, seu próprio filho, preso em Bangu 8, no Rio de Janeiro. 

“Eu sempre fiz trabalhos em presídios, trabalhos sociais. Eu sou pai de Gabriel Monteiro e todo sábado eu estou lá em Bangu 8. E eu vejo o seguinte: que é um covardia cercear aqueles que estão privados de sua liberdade e que dentro do cárcere cumprem literalmente, como manda o figurino, tudo direitinho”, declarou o bolsonarista. 

“Por causa desses malfeitores que, por uma saidinha, fazem atrocidades, barbaridades e que a mídia apresenta com muita clareza, um coletivo de 95% não pode pagar por 5% daqueles malfeitores. Então, eu torço para que essa Casa não concorde com essa situação. Porque tem que ser pesado o crivo daqueles malfeitores que saem, não voltam e fazem trocidades. Aqueles 95% que retornam ao sistema carcerário não podem pagar o preço”, prosseguiu. 

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