A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou o comportamento machista dos parlamentares bolsonaristas que ofenderam a memória de Marielle Franco (PSOL), nesta quarta-feira (13). Os radicais de extrema direita insultaram a ex-vereadora, assassinada em 2018, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
"Como sabemos, os "machões" bolsonaristas adoram ofender mulheres. O que eles fizeram ontem na Câmara é um mais um absurdo dessa gente nojenta e sem educação", escreveu Gleisi, em seu perfil no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (14). A data marca seis anos da morte de Marielle.
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A presidente do PT também declarou apoio à deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), alvo de xingamentos e ameaças durante a sessão da CDH, sobretudo do Delegado Éder Mauro (PL-PA), bolsonarista que já disse ter orgulho de ter "matado muita gente".
"Os extremistas que criaram confusão, antes de mais nada, são inimigos da democracia", apontou Gleisi.
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Ofensas à Marielle
O deputado Éder Mauro entrou na comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados fazendo provocações a deputadas de esquerda e gritando "Marielle acabou, porra! Não tem porra nenhuma aqui!", enquanto batia na mesa e apontava o dedo.
O parlamentar ainda disse que "feministas que defendem bandidos do Rio” não se posicionam a favor das mulheres estupradas membros do Hamas. "Mas se fosse Marielle Franco tenha certeza que elas estariam até hoje defendendo", disparou.
Parlamentares de esquerda reagiram ao tumulto. "Você é um torturador, matador, torturador”, disse Talíria, se dirigindo a Éder Mauro. "Não adianta o deputado gritar, bater na mesa, constranger, intimidar para nos calar. Chamar Marielle de bandida, uma mãe, uma mulher negra, defensora dos Direitos Humanos e assassinada. Eu jamais me calarei, todas as vezes que tentarem desonrar Marielle", completou.
O deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) também se pronunciou sobre os ataques à democracia: "Divergências e pluralidade de perspectivas são saudáveis e bem-vindas. Mas o projeto desses extremistas fere a própria democracia e transforma o ódio em política. É uma crise civilizatória, que glorifica a violência e o ódio e despreza a dignidade humana", declarou, em suas redes sociais.
A presidente da comissão, deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), teve que encerrar a sessão diante dos ataques.
"Hoje, a extrema-direita intolerante reproduziu a forma mais pura de Violência Política de Gênero na CDHMIR. Na véspera da data em que completamos 6 anos sem Marielle Franco, extremistas atacaram a memória dessa mulher que lutou bravamente contra a violência política de gênero, a extrema-direita misógina fez uma barbárie na CDHMIR! Marielle, presente!", escreveu Daiana Santos através das redes sociais.