Valdemar Costa Neto, o presidente do PL, foi preso em flagrante na manhã desta quinta-feira (8) durante operação da Polícia Federal que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados civis e militares que tramaram um golpe de estado em 2022. Nos meios de comunicação foi dado que Valdemar foi preso por posse ilegal de arma de fogo, o que é verdade. Mas não foi só por isso que acabou detido pelos federais.
Um detalhe sórdido da operação de busca e apreensão contra o chefe do partido - em cuja sede foi encontrada carta que seria lida por Bolsonaro após o golpe – chama ainda mais a atenção.
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Trata-se de uma pepita de ouro que o marajá bolsonarista guardava em casa. Para piorar, a PF ainda diz que o metal precioso seria oriundo de garimpo ilegal, a atividade que ora coloca povos indígenas, como os Yanomami em Roraima, em perigo de extinção por conta da violência das disputas de terras e da contaminação dos rios.
Com o ouro encontrado, agora Valdemar também é suspeito de “usurpação de bem mineral da União”, segundo a PF. A pepita de apenas 39 gramas vale aproximadamente R$ 12 mil. Ao Uol, um aliado de Valdemar teria dito que é "comum garimpeiros presentearem autoridades" com peças de ouro como aquela.
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De acordo com o site De Olho nos Ruralistas, o presidente do PL é sócio de Francisco Jonivaldo Mota Campos na Agropecuária Patauá, uma empresa de comercialização de madeira e de atividade agropastoril. O sócio é também o coordenador do movimento “Garimpo é Legal”, que ganhou forte apoio do governo Bolsonaro enquanto este durou. Jonivaldo atua no Amazonas e é filiado ao PL há 17 anos.
A arma irregular, por sua vez, seria do filho de Valdemar. O PL diz que o ouro não configura crime e a defesa de Valdemar questiona: “Como alguém pode ser detido por ser portador de uma pedra guardada há anos como relíquia e que segundo a própria auditoria da PF vale cerca de 10 mil reais?”.
Para além do PL ser ampla maioria na chamada bancada do garimpo, Valdemar também é apontado pela PF como possível fiador da aventura golpista de Bolsonaro. Após o segundo turno, o partido protagonizou uma ridícula tentativa de anular parte dos votos.