O deputado federal André Janones (Avante-MG) teve as quebras dos sigilos bancário e fiscal autorizadas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. O parlamentar é investigado por possível esquema de rachadinha em seu gabinete e além dele, assessores e ex-assessores também terão os sigilos quebrados.
O pedido para a quebra dos sigilos foi feito no final de janeiro pela Polícia Federal. O objetivo da medida é dar prosseguimento às investigações depois que os federais viram inconsistências nos depoimentos dos assessores. O principal objetivo da investigação agora é rastrear o fluxo financeiro e fazer análises dos patrimônios dos suspeitos.
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“A análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios (e com as diligências empreendidas) revela uma série de inconsistências e contradições. Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de 'rachadinha', as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações . Afinal, é crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o deputado André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência”, disse a PF no pedido feito ao STF.
As investigações começaram no último mês de novembro quando uma mensagem de áudio de Janones caiu na imprensa. Nela, o deputado dizia a assessores que alguns deles teriam de devolver parte do salário para ajudar a pagar dívidas contraídas em 2016, nas eleições municipais daquele ano.
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Um mês depois o ministro Luiz Fux, do STF, atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República e abriu o inquérito que ora investiga Janones. Nas redes sociais, o parlamentar comentou o pedido da PF.
“Me causa estranheza a PF pedir a quebra de meu sigilo fiscal e bancário, sendo que eu já os coloquei a disposição desde o início das investigações e até hoje não fui sequer ouvido. Mais estranho ainda é apontarem como ‘suspeito’, um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais em meu gabinete. Como eles devolviam salário 3 anos após serem exonerados?”, questionou.
Janones conclui sua mensagem se dizendo “absolutamente confiante” em sua absolvição. “Eu não devo, quem deve são os Bolsonaros, que recorreram até a última instância pra não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo”, concluiu.