ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024

Renato Freitas, Zeca Dirceu e família Requião querem candidato próprio do PT nas eleições em Curitiba

Protagonismo da legenda e apoio de Lula devem impulsionar votos na capital paranaense; decisão será tomada em consulta a curitibanos

PT Nacional deve articular apoio ao PT no Paraná.Créditos: Eduardo Matysiak
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Parlamentares e lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciaram a realização de uma plenária em defesa de candidatura própria do PT em Curitiba (PR) para as eleições municipais de 2024, na próxima segunda-feira (19), no Sindicato dos Bancários.

O evento "Sem medo de ser feliz!" deve contar com as presenças do deputado estadual Renato Freitas; do ex-governador e senador Roberto Requião; do deputado federal Zeca Dirceu; do deputado estadual Requião Filho; do ex-candidato à vice-prefeito Delegado Pedro Filipe; e o militante e pré-candidato Felipe Magal.

"São lideranças de Curitiba e do Paraná que defendem a candidatura própria para prefeito. Estamos buscando mais apoio e assim dialogar com os partidos que integram a Frente Ampla (PT, PV, PCdoB, PDT e PSB), mostrando que a melhor opção é o candidato do presidente Lula, é o candidato do PT, para disputar a capital do Paraná", aponta Zeca Dirceu.

Defesa da candidatura petista

O objetivo do lançamento de uma candidatura petista seria apresentar uma proposta para os moradores de Curitiba: "Partido que entra numa disputa, já abrindo mão de sua proposta, perde a identidade, perde o propósito", afirma Requião Filho.

Para ele, a própria existência do partido pressupõe um nome a ser alçado à capital paranaense: "Nós temos que, antes de considerar qualquer aliança, ter uma proposta. Senão, é uma aliança em cima do quê?", questiona o líder da Oposição na Assembleia Legislativa.

A candidatura própria representaria o protagonismo do PT na história recente do desenvolvimento do país, bem como na resistência e enfrentamento das injustiças e desigualdades sociais, para o advogado e militante da legenda, Felipe Magal.

"O PT é o maior instituto social do país. O mais notório partido que as pessoas que se juntam, se inclinam por quererem combater a injustiça social. É pra isso que fomos feitos, é por isso que estamos aqui. Antes do administrativo, está o social, na minha visão", reitera. 

"E se o PT é esse agente, que seja do PT quem levante essa bandeira. A bandeira da mudança desse sistema democrático que exclui para uma bandeira democrática que inclua", acrescentou.

Participação popular

O deputado Renato Freitas avalia que o PT deve dar exemplo à sociedade e antecipar um mundo em que a maioria das pessoas possam viver no bem estar social. De acordo com o parlamentar, a decisão do partido de não lançar candidatura própria, sem debate com a base, não estaria de acordo com os ideais da legenda.

"Queremos construir um mundo de democracia, de debate, de coabitação, de convivência, que gere experiências democráticas. E o que o partido até agora está fazendo? Não pode retirar esse espírito da participação popular, negando a possibilidade das prévias, que são tão necessárias para esse ambiente que queremos criar", afirma.

"Até porque, do ponto de vista pragmático eleitoral, também é o melhor a se fazer. Perdendo ou ganhando, todos os agentes e atores políticos se inclinam em apoiar aquele que ganhou (a eleição). Fez parte do processo! Eu acho que, sob todos os pontos de vista, essa decisão por não lançar candidatura própria, sem prévia, sem consulta, sem discussão é equivocada", completou Feitas.

Vereadora e presidenta da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de Curitiba, a ativista social Giorgia Prates considera de suma importância a participação popular no direcionamento da legenda: "Curitiba é uma cidade inteligente que quer para si coisas boas e isso o PT tem. Temos nomes importantes com trabalhos relevantes na política. Essa é uma decisão que o partido precisa tomar junto, ouvindo a sua militância".

Apoio mútuo

O Delegado Pedro Filipe, pré-candidato a vice-prefeito na chapa de nas eleições municipais de 2020, acredita que a candidatura própria seja o meio de fortalecimento do PT e do campo progressista de Curitiba. "Temos que fazer a defesa do Governo Lula e alcançar uma importante votação na legenda", declara.

"O reconhecimento desse valor é que pode, sim, contribuir para aumentar a representatividade da bancada da Federação (PT, PCdoB e PV) na Câmara de Vereadores. Temos três grandes nomes (Dartora, Magal e Zeca) que se colocaram à disposição do partido. Todos com condições de promover um bom debate e de bem representar o PT nesse processo eleitoral que se aproxima", concluiu.

Mesmo com apoio do governo federal liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o partido faz oposição ao governo estadual de Ratinho Júnior (PSD), eleito em 2020, e ao atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), no cargo desde 2017.

O deputado federal Zeca Dirceu argumenta que até o mês de junho a conjuntura política em Curitiba pode mudar. Segundo ele, existe a possibilidade de nomes cogitados a representá-los desistam da candidatura. "O PT nacional tem que olhar Curitiba não só com essa grandeza que a cidade tem para o estado, mas com a importância estratégica que Curitiba tem  para o Brasil", elabora.

Na avaliação de Dirceu, o PT já deve trabalhar junto com os partidos que compõem a Frente Ampla (PCdoB, PV, PDT e PSB) na formatação de um plano de governo para a cidade. Uma das medidas com maior visibilidade em Curitiba é a implementação da Tarifa Zero no sistema de transporte urbano na capital e nos municípios da região metropolitana.