A bolsonarista Dirce Rogério, de 55 anos, presa dentro do Palácio do Planalto no dia dos ataques de 8 de janeiro de 2023, moradora do município catarinense de Rio do Sul, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 16 anos e 6 meses, sendo 15 anos de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção, além de uma pena pecuniária de 100 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um terço do salário-mínimo atual. Ela foi a última mulher a ser liberada do presídio da Colmeia, em setembro do ano passado, após oito meses atrás das grades.
Chamada carinhosamente de “Dona Dirce” pela súcia violenta da extrema direita, à época de sua libertação a golpista foi diretamente encontrar o senador extremista Magno Malta (PL-ES), uma das figuras mais agressivas do bolsonarismo no Congresso Nacional e integrante profícuo da bancada fundamentalista neopentecostal.
Na peça de acusação, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra Dirce pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração de patrimônio tombado.
A defesa da extremista apostou numa tese risível, de que Dirce saiu de Santa Catarina e foi até o Distrito Federal para fazer “uma oração pelo Brasil” e para visitar a Catedral de Brasília, momento em que foi surpreendida pelas ações de invasão, com bombas de gás sendo lançadas pelas forças de segurança, o que “a obrigou a se abrigar dentro do Palácio do Planalto”. Sobre o encontro com Malta após o relaxamento de seu flagrante e as aparições em redes de extremistas bolsonaristas, nenhuma palavra de seus advogados.
Em relação à condenação, a defesa da radical golpista diz ter “recebido com tristeza a sentença”, reiterando que recorrerá assim que o período recursal estiver aberto. Não ficou claro se Dirce será conduzida imediatamente para um presídio para cumprir a pena aplicada pelo STF.