Aproveitando a vibe que transformou da noite para o dia uma pessoa comum em celebridade por não ter cedido sua poltrona na janela do avião para uma criança, e agora tem mais de dois milhões de seguidores e já está fazendo publicidade para marcas famosas, relembro a história de uma outra mulher que também ficou famosa por não ceder seu assento: Rosa Parks.
Há quase 60 anos (completa ano que vem), em 1º de dezembro de 1955, a costureira negra Rosa Parks se recusou a ceder seu assento em um ônibus a um homem branco, como determinava a lei.
Isso aconteceu em Montgomery, Alabama, EUA, e por causa disso Rosa foi presa e condenada a pagar uma multa. O fato gerou um boicote em massa dos negros ao transporte público do Estado, marcando o início da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
O boicote foi organizado por um à época desconhecido pastor da Igreja Batista, Martin Luther King Jr, que anos mais tarde ganharia o Prêmio Nobel da Paz.
A desobediência de Parks à lei de segregação no Alabama levou ao fim a segregação nos transportes públicos e culminou, em 1964, com a Lei dos Direitos Civis, que transformou a segregação racial em um ato fora da lei nos Estados Unidos.
Apenas um “não”, pronunciado na hora certa, mudou o rumo da História americana. Para sua atitude Rosa Parks tinha uma explicação simples:
- A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ônibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo.
Rosa Parks morreu em 24 de outubro de 2005 na cidade de Detroit. Tinha 92 anos, e, segundo seu advogado, morreu dormindo.
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