Na última reunião do Conselho de Ética da Câmara antes de ir à votação o processo de cassação de seu mandato, movido pelo Partido Novo, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) reiterou que é alvo de perseguição de Arthur Lira (PP-AL) e denunciou a "última maldade" tramada pelo presidente da casa legislativa.
No início da sessão, na tarde desta quinta-feira (5), Braga voltou a denunciar o conluio entre Lira e o relator do caso no Conselho, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).
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Magalhães que sequer fez perguntas ao psolista para concluir o relatório, que vai pedir a cassação por "agressão" ao membro do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, que invadiu a Câmara após achacar Glauber Braga por outras seis vezes, inclusive com xingamentos a mãe do deputado.
Ao relatar a perseguição, Braga lembrou que Lira orientou dois deputados, entre eles Marcel Van Hattem (Novo-RS), a não depor à Polícia Federal por incitar ataques ao delegado Fábio Shor - que conduz as investigações sobre a OrCrim golpista de Jair Bolsonaro (PL) - alegando que eles sofrem abuso.
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"Arthur Lira defende o deputado do Partido Novo do eventual assédio do delegado da Polícia Federal. E quem me defende do assédio, da perseguição, de Arthur Lira? A quem eu recorro contra o assédio que está sendo imposto por ele?", indagou.
Mais adiante, ao final da sessão, Braga contou o que seria o "último ato de maldade" de Lira no caso.
"Vou falar de uma preocupação: o senhor (Chico Alencar) se dirigiu ao relator e pediu que ele finalizasse esse processo, assim como eu fiz e o relator disse que não o fará, que vai levar ao limite do prazo. Eu só espero, que isso não seja utilizado por outras forças políticas, mais especialmente pelo presidente da Câmara dos Deputados, o senhor Arthur Lira - ou quem venha a sucedê-lo - para fazer a maldade política de colocar em votação esse processo no mesmo dia do senhor Chiquinho Brazão", disse.
Segundo Glauber Braga, a manobra de Lira para colocar o processo dele juntamente com o do deputado preso por ser acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL, e de Anderson Gomes, seria o último ato de maldade do presidente da casa.
"Não há motivo regimental para que o senhor Chiquinho Brazão não tenha o seu mandato levado para avaliação do plenário. [...] Ai um dia desses chega uma pessoa e me pergunta: Glauber não estão querendo empurrar, para que seu processo seja avaliado junto com o de Chiquinho Brazão no plenário? Falei: não posso afirmar isso. Agora, no Conselho de ética isso foi feito. E isso cria constrangimento na esquerda. Porque a esquerda vai celebrar a punição a Chiquinho Brazão ou achar ruim o processo de punição contra mim",
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