Novas revelações das anotações do general Augusto Heleno, apreendidas pela Polícia Federal, indicam que o então vice-presidente Hamilton Mourão tentou se reaproximar de Jair Bolsonaro durante o governo. No caderno, Heleno registra: “Mourão quer se aproximar do presidente” e, logo em seguida, complementa: “já entregou o cargo ao Bolsonaro”. As anotações, que não possuem data, oferecem um vislumbre das tensões e articulações políticas internas durante a gestão.
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A relação entre Bolsonaro e Mourão foi marcada por altos e baixos, com momentos de afastamento público e sinais de reconciliação. No contexto dessas anotações, é possível que Heleno estivesse acompanhando de perto as movimentações de Mourão para recuperar espaço político ou reforçar a confiança junto ao presidente. A frase "já entregou o cargo" pode ser interpretada como uma tentativa de sinalizar fidelidade ou submissão ao comando de Bolsonaro, embora o contexto exato da anotação permaneça desconhecido.
A falta de datas nas anotações dificulta determinar a circunstância exata, mas o período do governo Bolsonaro foi repleto de episódios que colocaram Mourão em uma posição delicada, como críticas veladas ao governo e declarações públicas que muitas vezes destoavam da linha adotada pelo presidente. A tentativa de reaproximação registrada por Heleno reforça a ideia de que Mourão buscava ajustar sua relação com Bolsonaro, especialmente diante de episódios que poderiam ter causado desgaste entre os dois.
Essas revelações lançam mais luz sobre a dinâmica de poder dentro do governo Bolsonaro, destacando as complexidades das relações entre o presidente e membros de sua equipe, inclusive aqueles em posições de destaque como a vice-presidência.