Ignorante confesso em economia - motivo pelo qual teria "aceitado" Paulo Guedes como guru ainda em 2018 -, Jair Bolsonaro (PL) fez uma publicação delirante nas redes sociais nesta quinta-feira (19) para bajular o mercado sobre a alta do dólar e a projeção de inflação para 2025.
Acuado diante da prisão de Walter Braga Netto, o ex-presidente busca pegar carona no ataque especulativo do mercado com a moeda estadunidense desencadeado a partir do cenário de terror - inexistente - traçado pela ata do Copom baseada nas projeções do boletim Focus, que ouve 171 agentes do sistema financeiro. O documento foi o último assinado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central.
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Nesta quarta-feira (18), Bolsonaro adulou os especuladores dizendo que "quem poupa e investe, brasileiro ou estrangeiro, é tratado como inimigo político".
Em seguida, o ex-presidente deu um duplo tuíste carpado para tentar ligar as críticas aos especuladores dos bancos aos golpistas incitados por ele que desencadearam a quebradeira na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
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"Nossa situação é tão absurda que esquerdistas que vivem às custas da sociedade hoje se sentem confortáveis para pedir, sem vergonha e à luz do dia, que o STF dispense aos brasileiros e estrangeiros que poupam e investem seu dinheiro no Brasil, o mesmo tratamento autoritário dado aos presos do 8 de janeiro", afirmou.
"Pra essa gente, se os investidores tentam se proteger da política econômica desastrosa do Governo Lula, é complô. Se o povo questiona, é golpe. Se alguém discorda, é crime. Se um parlamentar critica a contaminação ideológica da Polícia Federal e do Judiciário, é perseguido, indiciado e silenciado", disse, traçando um paralelo totalmente sem nexo.
Biodiesel?
Nesta quinta-feira (19), no entanto, Bolsonaro se superou e construiu uma narrativa surreal para culpar o biodiesel por uma futura inflação alardeada pelo mercado.
"Em março de 2025 a mistura do biodiesel subirá para 15%. A mistura acima de 10% causa entupimento na bomba injetores dos caminhões, cuja manutenção é caríssima. A disparada do dólar, que impacta no preço dos combustíveis, associada também no alto preço do biodiesel, desaguam no preço final de tudo o que se encontra nas prateleiras dos supermercados", disse Bolsonaro, "esquecendo" que em junho de 2022, durante seu governo, o litro do diesel chegou a ser vendido acima dos R$ 8.
