Em entrevista coletiva neste domingo (15), o presidente Lula falou pela primeira vez ao público desde a cirurgia para drenagem intracraniana ao qual foi submetido na última semana. O presidente recebeu alta e volta a trabalhar já nesta segunda-feira.
"Devido ao quadro, devido à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, então, para a felicidade minha e de toda a nossa equipe, o presidente está de alta hospitalar e deve voltar para casa já já", afirmou a médica Ana Helena Germoglio.
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O que Lula disse sobre sua saúde
Em um comunicado ao vivo sem perguntas da imprensa, Lula explicou brevemente os motivos que o levaram para a sala de cirurgia.
“Depois da quinta tomografia, eu achei que ‘tava’ totalmente curado. Achei que já podia fazer tudo. Voltei a fazer esteira, voltei a fazer musculação. E eu não estava totalmente preparado para voltar a fazer o exercício”, revelou à imprensa.
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Porém, depois de algumas semanas, ele afirmou passou a sentir alguns desconfortos, com cansaço, dor de cabeça e vermelhidão nos olhos. Então, foi ao médico e descobriu que se tratava de algo mais sério.
"Eu só fui ter noção da gravidade já depois da cirurgia pronta, já depois da cabeça estar nova", brincou Lula, com muito bom humor.
O presidente agradeceu médicos e profissionais de saúde, além da primeira-dama Janja Lula da Silva, que o acompanhou ao longo da última semana no hospital.
Compromisso com o governo
O presidente também falou mutio sobre política em sua primeira coletiva depois do procedimento, já prevendo inclusive uma reunião ministerial antes de 2025.
"Vou fazer a última tomografia e depois eu vou voltar a trabalhar. Tenho reunião ministerial que preciso fazer até o final do ano", disse Lula.
"Eu voltei para dizer que vamos fazer um grande governo. Até agora, plantamos as bases necessárias e recuperamos tudo o que precisava ser recuperado", afirmou Lula.
Ele aproveitou para diferenciar sua gestão com a de Jair Bolsonaro (PL). "Vocês sabem a quantidade de coisas que estavam desmontadas neste país, porque, na verdade, o Brasil não teve um governo de 2019 a 2022; teve uma praga de gafanhotos que destruiu valores fundamentais, como o respeito à democracia, às instituições e à governabilidade", disse.
"Quero, no dia 31 de dezembro de 2026, entregar um Brasil mais alegre, sem fome, com mais empregos, mais respeito, sem fake news e sem mentiras. E quem quiser pregar o ódio ou a mentira que procure outro planeta, porque aqui, no planeta Terra e no Brasil, esses caminhos não têm lugar", disse Lula.
Prisão de Braga Netto
O presidente também comentou a prisão do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14). o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Brasil é indiciado por planejar o assassinato de Lula, Alexandre de Moraes e Geraldo Alckmin junto com os kids pretos do Exército.
"Acredito que ele tem todo o direito à presunção de inocência, algo que eu não tive, mas que quero que eles tenham. Todo o direito e todo o respeito para que a lei seja cumprida. Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, precisarão ser severamente punidos", disse Lula.
Este país já viu pessoas que fizeram apenas 10% do que foi alegado serem mortas na cadeia. Não podemos aceitar o desrespeito à democracia, à Constituição e, principalmente, não podemos admitir que, em um país generoso como o Brasil, pessoas de alta graduação militar tramem a morte de um presidente da República, de seu vice e de um juiz", completou o presidente.
Para completar a coletiva, Lula disse: "Quem tem ódio, está perdoado. É esse Lula que volta inteiro para cuidar do Brasil", afirmou o presidente.