Secretário estadual de Transportes do Rio e ex-prefeito de Duque de Caxias, onde foi fraudada a carteira de vacinação de Jair Bolsonaro (PL), Washington Reis (MDB) e o irmão, Wilson Reis - atual prefeito da cidade fluminense -, são alvos da operação Têmis, da Polícia Federal.
A PF suspeita que os dois faziam parte de uma quadrilha de compra de votos e lavagem de dinheiro. A investigação teve origem em outubro, quando um homem foi preso em flagrante em Duque de Caxias com R$ 1,9 milhão em espécie, sob suspeita de compra de votos.
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Além dos irmãos bolsonaristas, a vereadora Fernanda Costa (MDB), filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, fazia parte da organização criminosa e também é alvo da PF.
"As apurações revelaram que a organização movimentou cifras milionárias para financiar, ilicitamente, campanhas de candidatos a cargos políticos. Há indícios de que empresas contratadas pelo poder público eram utilizadas para favorecer agentes políticos em suas campanhas, com o fim de manter a hegemonia do grupo nesses municípios", diz a PF em nota, ressaltando que os crimes investigados incluem organização criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
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Fernanda Costa foi a décima vereadora mais votada de Caxias nas eleições deste ano, com 7,3 mil votos, e fez campanha ao lado dos irmãos.
Fernanda ainda responde a inquérito do Ministério Pública Federal, que acredita que ela atua como intermediadora para dar recados do pai, que pertence ao Comando Vermelho e está preso na Penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, condenado à mais de 300 anos de prisão por tráfico de drogas, homicídios, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Trupe do Bolsonaro
Washington e Wilson Reis foram alvos de uma outra ação da PF em julho deste ano na investigação que resultou no indiciamento de ambos na OrCrim articulada por Jair Bolsonaro (PL) para fraudar cartões de vacina após a pandemia da Covid.
Washington era prefeito de Duque de Caxias quando seu secretário de Saúde, João Carlos de Sousa Brecha, inseriu dados de vacinação e fraudou cartões de vacina para o clã Bolsonaro e para a família Reis.
Brecha chegou a ser preso pela PF em maio deste ano na operação Venire, que também levou para a cadeia o tenente-coronel Mauro Cid.
Da cadeia, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro negociou o acordo de delação premiada em que contou todo o esquema de articulação do ex-presidente em torno da tentativa de um golpe de Estado.