Desde que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ficou inelegível e, mais recentemente, foi indiciado, juntamente com mais 36 pessoas, pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, a claque bolsonarista ficou completamente desorientada politicamente.
A crise se dá principalmente entre lideranças da extrema direita que titubearam em apoiar ou não Jair Bolsonaro no pleito presidencial de 2022, quando o presidente Lula derrotou Bolsonaro, que buscava um segundo mandato.
Te podría interesar
Dois grupos foram, digamos, excluídos e taxados de traidores pela extrema direita. São eles: o MBL (Movimento Brasil Livre) e o partido NOVO, então liderado por João Amoêdo, que depois foi afastado da direção da legenda.
Após uma breve crise com o PL durante a eleição municipal de 2024, o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) rompeu com o Partido Liberal após ser preterido pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, que, ao invés de apoiar o nome de Salles para a disputa pela prefeitura da capital paulista, optou por embarcar na candidatura de Ricardo Nunes (MDB), que conquistou um novo mandato.
Te podría interesar
Apesar de ter saído do PL, Ricardo Salles não rompeu com os seus pares. Pelo contrário, realinhou o Novo e o colocou na órbita política da extrema direita. Prova disso é que, nesta terça-feira (10), Salles perdeu a paciência com João Amoêdo, ex-presidente do Novo, e partiu pra cima do ex-aliado.
A discussão foi motivada por uma crítica de Amoêdo ao Novo, que revelou que, a partir da eleição de 2026, vai utilizar o fundo eleitoral, algo que a legenda não fazia por princípios liberais que, agora, foram abandonados.
Escreveu João Amoêdo:
"O anúncio de que o partido NOVO irá utilizar integralmente o Fundo Partidário, obtido graças ao desempenho nas eleições de 2018, era esperado e confirma o fim do projeto iniciado em 2010. A legenda, que já deveria ter trocado de nome, desde 2022 deixou de ter o propósito para o qual foi criado e tem hoje apenas dois objetivos:
- Abrigar bolsonaristas que não encontraram lugar no PL.
- Distribuir dinheiro público para dirigentes que se dizem liberais."
Ricardo Salles respondeu:
"Felizmente você foi enxotado e, com isso, o Partido passou a ter grandes chances de ser realmente um porto seguro para a direita liberal-conservadora, sem ter que lidar com as suas falsidades e dissimulações. Junte-se à Tabata, Marina Silva, Luciano Huck, Gretta, Anitta et caterva e vai lá fazer um retiro espiritual no Ritz de Paris, mas não se esqueça de neutralizar sua pegada de carbono, babaca."