Na terça-feira (27), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou público o relatório da Polícia Federal com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A partir de trechos vazados para parte da imprensa, sabia-se que as provas levantadas pela PF eram contundentes e apontavam para um caminho: Jair Bolsonaro foi o mentor intelectual do golpe, sempre esteve a par de tudo o que se passava e apresentou a minuta do golpe para os comandantes das Forças Armadas do Brasil.
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A investigação da PF é taxativa no documento: "Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz trecho do relatório.
Diante de tal quadro, parlamentares bolsonaristas adotaram uma tática clássica da política quando o seu líder maior está acuado: criar uma cortina de fumaça para tentar desviar a atenção do assunto e emplacar uma outra pauta na imprensa, que não seja relacionada ao relatório da PF que implica Jair Bolsonaro e o seu núcleo duro.
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Dessa maneira, a presidenta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputada federal Carol De Toni (PL-PR), colocou para discussão uma PEC que visa proibir o aborto legal (estupro, risco de vida à mãe, feto anencéfalo). A PEC em questão foi apresentado em 2012 pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha e visa proibir o aborto em todos as esferas.
Confira no vídeo abaixo o momento em que parlamentares da extrema direita rezam na comissão:
Após uma sessão tumultuada, a PEC de Eduardo Cunha sobre o aborto foi aprovada pela CCJ e agora deve seguir o seu trâmite formal.