EMBATE STF X CONGRESSO

Lula sanciona lei que impõe mais controle e transparência às emendas parlamentares

Regras sancionadas pelo presidente foram elaboradas após determinação do ministro Flávio Dino, do STF

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina papel ao lado presidente da Câmara, Arthur Lira
Lula sanciona lei que garante mais transparência e controle nas emendas parlamentares.Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina papel ao lado presidente da Câmara, Arthur LiraCréditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar nº 210, que redefine as regras para proposição e execução das emendas parlamentares no orçamento federal. Publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (26), a legislação foi elaborada em resposta à decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em meio a um embate com o Congresso Nacional, suspendeu, em agosto, a liberação desses recursos até a definição de normas que assegurassem transparência e rastreabilidade.

A nova lei estabelece critérios claros para o uso das emendas, priorizando a aplicação em políticas públicas estruturantes, como as áreas de saúde, educação, habitação e saneamento. Também cria mecanismos para rastrear o percurso dos recursos e garantir que eles atendam a interesses coletivos. A medida visa superar a falta de transparência que marcou, até então, práticas como as "emendas Pix", transferências feitas sem justificativa formal sobre o destino e uso dos valores.

Novos critérios para emendas

A legislação unifica normas antes dispersas e apresenta diretrizes específicas para diferentes tipos de emendas:

  • Emendas de bancada estadual: Devem financiar apenas projetos estruturantes para as respectivas Unidades da Federação, proibindo a individualização de demandas de parlamentares. Cada bancada poderá apresentar até oito emendas.

  • Emendas de comissão: Exclusivas para comissões permanentes do Congresso, focam em ações de interesse nacional ou regional. Os projetos devem ser detalhados e justificáveis, com alinhamento às políticas nacionais.

  • Emendas individuais: Exigem maior rigor na definição do destino dos recursos. Parlamentares deverão informar o objeto, valor e beneficiário das transferências, priorizando obras inacabadas e situações de emergência. Os recursos serão geridos por sistemas como o Transferegov.br, garantindo visibilidade aos cronogramas e planos de execução.

  • Emendas impositivas: Resolvendo o impasse com o STF, que suspendera sua liberação, a lei introduz rastreabilidade e áreas prioritárias de aplicação, como transporte, segurança, agropecuária e ciência e tecnologia.

Transparência e controle

A implementação da nova lei também fortalece a fiscalização. O Tribunal de Contas da União (TCU) realizará análises prévias das despesas, e os tribunais estaduais e municipais monitorarão as transferências. Além disso, a publicação de planos de trabalho e cronogramas será obrigatória, permitindo maior acesso do público às informações.

A medida também busca destravar a tramitação do orçamento no Congresso, paralisada enquanto aguardava a aprovação da lei. O ministro Flávio Dino, responsável pelo caso no STF, deverá apresentar seu relatório ao plenário da Corte, encerrando o impasse judicial.

*Com informações da Agência Brasil e Canal Gov

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