O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ser "incogitável" falar de anistia para os golpistas de 8 de Janeiro após a operação da Polícia Federal (PF), desta terça-feira (19), que prendeu cinco suspeitos de envolvimento em plano golpista que pretendia assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
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“Acho incogitável falar em anistia nesta quadra e neste quadro. Seria até irresponsável. Como todos sabem, tenho vários interlocutores no meio político, e não me parece que faça qualquer sentido, antes mesmo de termos uma denúncia, se falar em anistia”, declarou o ministro, em entrevista à GloboNews.
A proposta de anistia para os golpistas corre na Câmara dos Deputados para livrar, principalmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o ataque terrorista ao STF na última quarta-feira (13), a pressão contra a proposta aumentou e, com a descoberta do plano nesta terça, se torna ainda mais difícil que o texto avance na Casa.
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Gilmar Mendes ainda acrescentou que a trama do assassinato é "extremamente grave" e torna ainda mais necessário rediscutir a lei antiterrorismo para debater a inclusão de motivação política. Ele também defendeu diminuir a participação de militares na política.
"Tudo indica que havia pessoas de mais elevada patente participando desse complô, dessa iniciativa extremamente danosa. Não se trata de mera cogitação, estamos já num plano de preparação e execução", disse o ministro.
"Temos que discutir tanto a modernização da legislação dessa temática dos atentados ao estado de direito e à democracia, como também temos que de fato obrigações nesse trabalho de fortalecermos a democracia e diminuir a participação de militares na vida política em geral", completou.
Por fim, o magistrado ainda afirmou que foi um erro "tolerar" os acampamentos e manifestações golpistas na frente dos quartéis do Exército em 2022, que resultaram na invasão e destruição da sede dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
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