CRIMINOSOS

Conheça a “bazuca” que seria usada para explodir o ministro Alexandre de Moraes

Militares golpistas ligados a Bolsonaro empregariam o lançador de rojão sueco AT-4, que naturalmente seria retirado do arsenal das Forças Armadas

Militar norte-americano operando um lança-rojão AT-4..Créditos: Wikipédia/Reprodução
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As investigações da Polícia Federal que revelaram um plano bem avançado, do fim de 2022, para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, elaborado e colocado em marcha por militares de alto escalão ligados ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), empregando elementos das Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos”, trouxeram um detalhe assustador: uma “bazuca” seria utilizada para explodir e matar um dos alvos.

Pelo material ao qual a PF teve acesso, descoberto em celulares apreendidos e vasculhados, possivelmente a vítima a ser “explodida” seria Moraes, àquela altura também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que Lula e Alckmin seriam envenenados, conforme detalhado no planejamento descoberto pelos federais. Mas o que seria a tal “bazuca”, listada no cronograma confeccionado pelos golpistas, que pormenorizava até um orçamento para levar o golpe de Estado a cabo?

O termo “bazuca” é popular e genérico, normalmente empregado para se referir a qualquer arma portátil que lance morteiros, granadas, rojões, bombas ou foguetes. No caso do inventário produzido pelos “kids pretos”, sob liderança do general Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, a arma mencionada é o lança-rojão de fabricação sueca AT-4, usado em situações de combate para detonar blindados ou locais altamente fortificados, com paredes espessas de concreto.

Com sua fabricação iniciada no final dos anos 1980, o AT-4 segue sendo produzido até hoje pelo ramo bélico da Saab, empresa que também confecciona aviões militares e carros (civis inclusive). A arma é descartável, ou seja, faz um disparo e depois não serve para mais nada. O conjunto vem numa mala com o lançador e o explosivo, além de peças menores essenciais para promover o tiro. O custo unitário do AT-4 é de aproximadamente US$ 1.500 (aproximadamente R$ 8.600) e as Forças Armadas do Brasil têm várias desses lançadores de rojão.

O esquema construído pelos golpistas, tendo em vista também as conversas obtidas que retratam um dia no qual o plano esteve às portas de ser executado, possivelmente tinha a intenção de lançar o explosivo do equipamento bélico contra a comitiva de Moraes, que anda com uma grande escolta, em carros blindados, mas não com blindagem militar. O rojão disparado atingiria o veículo e provocaria uma explosão total do veículo, com o ministro dentro.

No material encontrado pela PF, os militares golpistas também listavam a necessidade de utilizar metralhadoras leves M249 e lançadores de granada de 40mm.

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