Francisco Wanderley Luiz, o terrorista bolsonarista que atacou o Supremo Tribunal Federal com explosivos na noite de quarta-feira (13), e que morreu ao final do ato, era amigo havia décadas do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC). Criados em Rio do Sul, cidade catarinense do Vale do Itajaí, os dois mantinham uma relação desde os tempos de juventude.
O parlamentar, que já foi filiado ao PL, o mesmo partido pelo qual saiu candidato a vereador em 2020 “Tiü França”, como era conhecido o extremista, contou na Rádio CBN, horas depois do ataque terrorista, quem era o amigo de longa data, que inclusive tinha o visitado algumas vezes no gabinete em Brasília, na Câmara dos Deputados.
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“Sempre uma pessoa muito pacífica. No ano passado, com sinceridade, eu falei, esse não é o França que eu conheço. Estava emocionalmente abalado, falou muito sobre a separação da esposa. Me pareceu abalado emocionalmente, com a saúde mental abalada. Foi isso que eu senti. Conversamos como amigos e conterrâneos, relembramos nosso tempo de Rio do Sul. Jamais imaginei que ele cometeria um ato desse de suicídio assim, longe de casa”, disse Goetten.
O deputado falou também sobre o passado do bolsonarista extremista, dizendo-se surpreso com o fato de Tiü França estar fazendo serviços braçais comuns na região do Distrito Federal, onde estava morando, já que ele teria sido um “empresário de sucesso” no município onde nasceram e cresceram.
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“É de uma família querida de Rio do Sul. Visitou em algumas oportunidades o gabinete e era um empresário de sucesso na época, de eventos. Tinha alugado uma casa em Brasília, gostou muito daqui, pagava anual a casa e usava uma vez ou outra. Um dia me falou que estava ajudando os caras na comunidade aqui em Brasília. Interpretei que ele estava emocionalmente abalado, disse que capinava na rua, na estrada. Então, uma coisa meio estranha da pessoa que eu conhecia, era um empreendedor, um empresário de sucesso lá. Lamentável, lamento o que aconteceu com ele e lamento o ato que ele fez que poderia causar mais vítimas”, disse ainda o parlamentar, sempre evitando tocar em qualquer conotação política para o ato extremo, por mais óbvia que seja essa motivação.