Depois de uma reunião com os vereadores eleitos por sua coligação e com líderes partidários, o candidato Guilherme Boulos desafiou seu adversário Ricardo Nunes a expor que é apoiado por Jair Bolsonaro nos 19 dias que antecedem o segundo turno.
Em entrevista coletiva, informou que pretende conversar com o presidente Lula para que ele venha a São Paulo participar de evento da campanha. A ligação pode acontecer ainda hoje.
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Boulos enfatizou que 70% dos paulistanos não endossaram o governo Nunes. "A nossa candidatura é a campanha da mudança", frisou.
O candidato afirmou que foi impedido de expor devidamente o seu programa de governo no primeiro turno por causa das "cenas, tumulto e confusão" causados por um adversário que não nomeou.
Boulos disse que pretende comparar biografia e trajetória com Nunes, a quem chamou de "pau mandado do Centrão".
Ele destacou que seu adversário é alvo de várias investigações, inclusive da Polícia Federal e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Também pretende expor quem é o vice de Nunes, indicado por Jair Bolsonaro: o coronel aposentado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, que já declarou, em entrevista, sobre abordagens policiais na periferia:
São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado.
PROMESSA DE VIRADA
Boulos prometeu uma "virada" em bairros onde perdeu para Nunes ou Pablo Marçal no primeiro turno, com apoio dos vereadores de sua coalizão que se elegeram neles.
Disse que Marta Suplicy estará presente na campanha especialmente no Grajaú e em Parelheiros, onde Ricardo Nunes venceu por pequena margem. A ex-prefeita construiu Centros Educacionais Unificados (CEUs) na Zona Sul e agilizou o transporte através dos corredores de ônibus.
Boulos lembrou que agora terá o mesmo tempo de TV de Nunes para a propaganda eleitoral.
Também recorreu à memória de 2012, quando o petista Fernando Haddad foi para o segundo turno com apoiadores desencorajados, já que todos acreditavam que os votos de Celso Russomano, terceiro colocado, migrariam automaticamente para José Serra. Haddad venceu por 55% a 44%.
O candidato sugeriu que Nunes pretende fugir dos debates, já que pretende reduzir os encontros de 12 para apenas 3.
Boulos acha razoável que haja ao menos 8 debates e prometeu que, independentemente da presença de Nunes, vai à rede CBN na próxima quinta-feira, para o que seria o primeiro confronto.