O presidente Lula (PT) realizou na tarde desta quinta-feira (31) uma reunião com os governadores dos estados brasileiros para discutir a "PEC da Segurança Pública", que visa estabelecer um pacto e uma política nacionais em torno do assunto.
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Entre os governadores presentes estava Ronaldo Caiado (União), em pré-campanha para disputar a presidência da República em 2026. Caiado esnobou a proposta de Lula.
Em sua fala, Caiado criticou o texto da "PEC da Segurança Pública" e afirmou que teme uma eventual perda de prerrogativas das forças de segurança estaduais. A primeira versão do texto prevê mais poderes à Polícia Federal e a criação de uma nova força policial, ostensiva como as PMs estaduais, mas sob controle da União.
"Inadmissível qualquer invasão nas posições que os estados têm em termos de poder de sua polícia civil, militar e penal, que realmente são as estruturas que sustentam a segurança nesse país, com total parceria com a PF e a PRF [...] em Goiás eu acabei com ele [o crime]", disparou Ronaldo Caiado.
Ao responder ao governador Ronaldo Caiado, o presidente Lula, com sua clássica retórica irônica e debochada, humilhou o governador de Goiás.
"Eu tive a oportunidade de conhecer hoje o único estado que não tem problema de segurança, que é o estado de Goiás. Que eu peço pro Lewandowski [ministro da Justiça] ir lá levantar, que pode ser referência para os outros governadores. Em vez de eu ter chamado, era o Caiado que tinha que ter chamado a reunião para orientar como é que se comporta, pra gente acabar com o problema da segurança em cada estado", ironizou o presidente Lula.
Ao conversar com jornalistas, Caiado revelou que não gostou do deboche do presidente Lula. "Não é um assunto para ser discutido nesse nível. Não cabe ironia", disse.
Ministros que foram governadores também vão colaborar com a "PEC da segurança pública"
O presidente Lula também revelou durante a reunião desta quinta-feira que irá ouvir seus ministros que já foram governadores e que podem trazer uma bagagem significativa na questão da segurança pública.
Um destaque vai para o ministro Wellington Dias, atual ministro do Desenvolvimento Social, que governou o Piauí por 16 anos. Além dele, foram citados outros nomes de peso, como Camilo Santana, Waldez Góes, Renan Filho e até o próprio Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, que foi governador do Maranhão por 8 anos.