Após arrastar uma multidão na avenida Paulista no última ato de campanha de Guilherme Boulos (PSOL) no primeiro turno, o presidente Lula volta a São Paulo e neste sábado (19) vai acompanhar seu candidato na eleição mais nacionalizada do país em caminhadas no Grajaú, zona Sul, pela manhã, e em São Mateus, na zona Leste.
Lula ainda terá encontro reservado com Boulos para falar da estratégia da campanha e do debate na Record, marcado para as 21h deste sábado.
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No entanto, Ricardo Nunes (MDB) deve fugir mais uma vez. Nesta quinta-feira (17), o emedebista usou a previsão de chuva na capital para justificar a nova fuga. Depois da Record, a Globo fará debate na sexta-feira (25), antevéspera da votação no segundo turno.
Lula desembarca em São Paulo nesta sexta-feira (18), onde deve marcar presença no comício de José de Filippi Júnior (PT) em Diadema e de Marcelo Oliveira (PT) em Mauá, cidades que ficam no entorno da capital paulista.
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Detonando Bolsonaro
Após atos em Fortaleza, com Evandro Leitão (PT), e em Natal, com Natália Bonavides (PT), Lula esteve em Camaçari (BA) na noite desta quinta-feira (17) onde fez um discurso com forte apelo religioso no comício do candidato petista Luiz Caetano.
"Eu fico muito orgulhoso de ver o Caetano arrumar uma vice, uma mulher negra, uma pastora. Não tem nada mais extraordinário do que essa união de dois partidos de esquerda. A gente não tem medo de dizer que a gente é de esquerda porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém", afirmou.
O presidente aproveitou a deixa para detonar a hipocrisia de Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema e afirmou que o ex-presidente "inventou ate que é evangélico".
"A gente não pode cometer o erro de 2018, quando ao invés de votar no companheiro com a qualidade do [Fernando] Haddad, votou numa coisa, votou numa coisa que ninguém conhecia a não ser por contar mentira e pregar o ódio. Inventou ate que é evangélico. Ele não acredita em Deus e não acredita em Deus porque o comportamento dele é de quem não acredita", disparou.
O discurso na Bahia foi uma antecipação do que deve ocorrer em São Paulo, onde Bolsonaro deve aterrissar na terça-feira (29) para participar de um culto ao lado de Ricardo Nunes (MDB).
Será a primeira participação de Bolsonaro na campanha em São Paulo. No primeiro turno, o ex-presidente permaneceu distante e calado com medo de perder seguidores extremistas nas redes que embarcaram na candidatura Pablo Marçal (PRTB).
Escondido na campanha em razão da rejeição entre os paulistanos - que, segundo o Datafolha, supera os 60% -, Bolsonaro agora quer pegar carona na campanha de Nunes, que lidera as pesquisas, com vistas a 2026.
Um dos principais objetivos é retomar a influência do bolsonarismo no eleitorado evangélico, parcialmente sequestrado por Marçal no primeiro turno.
Nunes retomou boa parte dos votos dos evangélicos no segundo turno e tem 59% das intenções neste nicho, segundo a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) - Boulos tem 22%.