A deputada federal do Paraná Carol Dartora (PT) recebeu uma série de e-mails com mensagens racistas e misóginas em sua conta institucional nos últimos dias. Nas mensagens, a parlamentar foi alvo de ameaças de morte, insultos de cunho racial e incitação ao suicídio.
Entre as mensagens, os agressores incitam o suicídio de mulheres negras, afirmando: “Suicídio para mulher negra – Porque mulher negra precisa morrer”. Em outro e-mail, Carol Dartora é chamada de “macaca” e, em uma mensagem posterior, recebe uma ameaça direta de morte: “Eu vou te matar”.
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Em vídeo publicado na sua conta no Instagram, a parlamentar se manifestou:
Em comunicado, a deputada condenou os ataques. Para Dartora, as mensagens "vão além de um ataque pessoal, refletindo uma realidade triste e persistente de práticas de ódio em nossa sociedade". Carol reafirmou seu firme compromisso na luta contra o racismo e a violência política de gênero, destacando que esses crimes atingem não apenas a sua pessoa, mas também os princípios democráticos e o pluralismo político assegurados pela Constituição Federal de 1988.
“Episódio lamentável destaca a urgência de medidas mais fortes e eficazes para combater o racismo, a misoginia e a violência política no Brasil, assegurando que mulheres negras e representantes eleitas possam exercer seus mandatos com segurança e dignidade”
Todo o teor das mensagens foi incluído em um pedido formal de investigação criminal, que será protocolado para que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias e responsabilizem os autores dos atos criminosos, de acordo com a nota.
Dois dias após ameaças à Bruna Rodrigues
O novo caso de racismo e violência política veio à tona com as ameaças sofridas pela deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB-RS) e sua filha. Em um e-mail enviado na noite de segunda-feira (14), a parlamentar foi alvo de um discurso de ódio e supremacismo branco, com ameaças de morte e estupro. Ela tornou pública a denúncia nesta quarta-feira (17).
O suposto autor do e-mail, identificado como Anderson Rocha Ludovico de Menezes, descreveu-se como "um homem branco, heterossexual e cidadão de bem". A deputada afirmou que o remetente também teria assinado ameaças a outros parlamentares, incluindo a deputada federal Daiana Santos (RS), as deputadas estaduais Thainara Farias (SP) e Rosa Amorim (PE), além da vereadora Bia Caminha, de Belém.
A parlamentar registrou um boletim de ocorrência. Ela e a equipe jurídica solicitaram à Mesa Diretora da Casa que intervenha no caso. “Os colegas parlamentares foram muito solícitos e reconheceram que há um crime contra a atividade parlamentar. A Assembleia, inclusive, via presidência da Casa, vai notificar a Secretaria Estadual de Segurança Pública para convocar uma audiência ainda hoje com o secretário Sandro Caron”, declarou Bruna.
“Tais violências configuram uma verdadeira ameaça não somente à integridade física e psicológica minha de de minha filha Kamilly, mas também ao meu mandato parlamentar, à soberania da Assembleia Legislativa e à democracia como um todo”, disse em um vídeo gravado em suas redes sociais.
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