A ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), aceitou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e será a candidata à vice-prefeita da capital paulista na chapa de Guilherme Boulos (Psol). Após reunião com Lula e Rui Falcão (PT-SP) na última segunda-feira (8), Marta teria confidenciado a pessoas próximas que aceitaria o convite. O aceite de Marta, no entanto, só foi anunciado nesta terça-feira (9), por figuras do PT e do Governo Lula.
"Nossa Chapa: Marta Suplicy aceita convite e será candidata a vice do Guilherme Boulos a prefeitura de São Paulo", escreveu Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familia, no X, antigo Twitter.
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Marta Suplicy agora se junta a uma campanha que começa bem e sai na frente do principal adversário, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem desembolsado milhões de reais da Prefeitura para bancar propagandas em formato de jornalismo nos principais jornais do país - entre eles Folha, Estadão e O Globo – e que tem de pedir a moderação de aliados na Câmara Municipal que insistem em fazer ataques institucionais ao Padro Júlio Lancellotti.
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A entrada de Marta na chapa de Boulos é mais uma derrota para Nunes nesse período anterior ao início oficial das campanhas. Ele não esperava a decisão da sua atual secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo.
“Tenho confiança na Marta. Acho que ela faz um bom trabalho. A gente tem uma relação pessoal. Ela tem uma amizade pessoal com a minha esposa. Não vejo nada com relação à mudança de comportamento”, afirmou o prefeito após evento em uma escola municipal da capital paulista.
Enquanto isso, Boulos lidera todas as pesquisas eleitorais já realizadas e consolida sua articulação. Além do PT, que entra de cabeça na campanha, também fechou o apoio do PDT e, num eventual segundo turno, deve ter ao lado o PSB, de Tabata Amaral e Geraldo Alckmin.
Construção do acordo
A articulação para convencer Marta não começou hoje. Em 20 de dezembro, o ex-presidente do Psol, Juliano Medeiros, confirmou ao Fórum Onze e Meia que seu partido, ao lado do PT, estava sondando a ex-prefeita. Dias mais tarde, em 23 de dezembro, Lula telefonou para Marta, que se interessou pela proposta, mas preferiu deixar para 2024, e uma reunião foi marcada para a última segunda-feira (8).
A dupla se encontrou em São Paulo e Marta teria pedido apenas algum tempo a Lula, para que ela pudesse contar a novidade para Ricardo Nunes.
Para Lula e para o PT, a gestão da capital paulista é uma das mais estratégicas para consolidar uma correlação de forças políticas mais favorável ao Governo e à esquerda.
Nesse sentido, o PT busca em Marta um nome que possa fortalecer ainda mais a candidatura de Boulos e que, de quebra, não só coloque o partido na gestão da maior cidade do país, como mostre sua capacidade de recuperar quadros históricos outrora insatisfeitos com a legenda.
Marta é um quadro histórico do PT. Foi prefeita de São Paulo entre 2001 e 2004 pelo partido, e acabou deixando-o em 2015 no auge do lavajatismo e dos ataques ao então governo Dilma Rousseff (PT). Desde então passou por MDB e Solidariedade, mas está sem partido desde 2020.