O período pós-eleições de 2022 foi conturbado com as dezenas de ocupações nas portas de quartéis brasileiros, com milhares de bolsonaristas em pleno delírio negando a derrota do seu ‘mito’ e a vitória de Lula (PT) nas urnas. Como zumbis delirantes, eles rezaram para pneu, pediram intervenção de extraterrestres usando seus aparelhos celulares sobre a cabeça e até comemoravam prisões imaginárias, como a do ministro Alexandre de Moraes.
Quem aproveitou para deixar um registro como testemunha dessa bizarrice vergonhosa foi um jovem de 20 anos, identificado como Luís Felipe Rissati Faria, de 20 anos, que foi recruta justamente naquele conturbado ano, e justamente no Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília, local de onde saiu a maior parte dos arruaceiros golpistas que atacaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado, no intuito de revogar a democracia no país.
Rissati, que tem mais de meio milhão de seguidores no TikTok, gravou um breve vídeo de pouco mais de dois minutos para relatar o que via naqueles dias, classificam as atitudes dos bolsonaristas como “bobice” e questionando se eles eram “idiotas”.
“Olá, como foi servir ao Exército bem no ano que os bolsonaristas acamparam bem na beira dos quarteis? Sim, pode parecer que não faz muito tempo, mas foi bem no meu ano de serviço... Mas se eu for definir em uma palavra, eu diria que foi engraçado pra cacete... Porque veja bem, meus amigos... Era chato pra caralho? Era... Pô, a gente chegava todo santo dia e eles ficavam cantando a manhã inteira pra gente, cantos do Exército, hino nacional, e a gente ficava ali tipo ‘que porra é essa?’... Nem quem era bolsonarista gostava, ficava todo mundo incrédulo com tamanha bobice dos caras... Era tudo TG, a gente não ia fazer porra nenhuma... Eram 200 moleques de 18 anos, mas por outro lado, tinham muitos outros pontos mais engraçados do que chatos... Por exemplo, quando a gente chegava de carro e eles ficavam em frente do portão, e a gente não estava fardado, eles falavam ‘não pode entrar’, aí a gente mostrava a insígnia do Exército e eles faziam assim (posição de sentido e de olhos arregalados), sendo que a gente era um bando de bosta... Outra coisa que era muito engraçada é que eles faziam comida lá, eles estavam literalmente acampados... E aí, quando a gente tava de guarda, a gente ia lá e pegava comida deles, fala ‘ô, dá um cafezinho, dá um pedaço de carne’... Os caras fizeram churrasco na minha vez... Os caras tavam fazendo churrasco! Outra vez, uma coisa que era muito engraçada, era que sempre que a gente levantava eles batiam continência e faziam assim... Tipo? Irmão, a gente é uns bostas, vocês são idiotas? Vocês são bobos da cabeça? Teve uma outra vez um fato engraçado, tavam todos lá na frente cantando, e tava bem na hora da minha guarda, que era de tarde, e aí chegaram uns amigos meus adiantados, umas nove da noite, que eu fazia das seis às dez, e a gente literalmente ficou jogando truco na frente deles, e eles lá assim (olhos esbugalhados), ‘meu Deus, é o Exército, vai salvar o Brasil’... Se nem o general de vocês conseguiu fazer alguma coisa, por que caralhos vocês achavam que a gente, atiradores obrigatórios, íamos fazer? Não faz sentido... Também era muito engraçado chamar a atenção deles, porque era só por diversão, e eles obedeciam... Tipo a gente falava ‘tira essa cadeira daí... sai daí’, e eles saíam... Uns marmanjos de 50 anos, donos de empresa, obedecendo o Luizinho Fotocópia... Mas era isso, era chato pra caralho ouvir eles cantando, e eles atrapalhando a passagem dos carros, mas era muito mais engraçado ver eles obedecendo a gente que nem um bando de idiotas”, diz o ex-recruta.
Veja o vídeo: