O ano começa com duas notícias que vão tirar o sono tranquilo do inelegível, que, apesar de todos os crimes cometidos ao longo dos anos, continua solto.
A primeira: O ministro do STF Gilmar Mendes mandou o Procurador Geral da República analisar as omissões de Bolsonaro durante a pandemia, a partir das revelações da CPI da COVID. Esta é a má notícia.
Agora, a péssima: o PGR não é mais Augusto Aras, o homem que fez vista grossa a todos os incontáveis pedidos de investigação contra Bolsonaro. E o novo PGR é Paulo Gonet, que foi sócio de Gilmar no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e foi apadrinhado por Mendes junto a Lula.
Para refrescar a memória, a CPI da COVID apontou o envolvimento de Bolsonaro nos seguintes crimes:
- epidemia com resultado morte;
- infração de medida sanitária preventiva;
- charlatanismo;
- incitação ao crime;
- falsificação de documento particular;
- emprego irregular de verbas públicas;
- prevaricação;
- crimes contra a humanidade;
- crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)
E esta é só a primeira semana de um ano que promete ser o último em que Jair Bolsonaro passeia livremente pelo país. Além dos casos relacionados à COVID, em que ele vai tentar tirar o corpo fora lançando os auxiliares na fogueira, há os mais poderosos, vindos da delação premiada do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid.
A delação de Mauro Cid tem 50 páginas e está dividida em temas: plano de golpe, 8 de janeiro, joias sauditas, gabinete do ódio e falsificação de carteiras de vacinação. Em todos eles Mauro Cid cita Jair Bolsonaro como articulador ou responsável pelos fatos investigados.
O ano promete.
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