As três maiores operadoras de telefonia celular do país, Vivo, Claro e Tim, sabiam que o software espião FirstMile, usado no escândalo de arapongagem criminosa da ‘Abin paralela’, operava clandestinamente em suas redes de comunicação, mas não notificaram as autoridades do setor. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo as investigações da Polícia Federal, de maneira ilegal, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro monitorava adversários políticos, críticos, detratores e até aliados usando uma estrutura extraoficial da Agência Brasileira de Inteligência, liderada pelo filho do antigo chefe de Estado, Carlos Bolsonaro, e operada pelo ex-diretor do órgão, o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
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A reportagem da Folha informa que nenhuma das três empresas de telefonia emitiu alertas para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para informar que tal ferramenta ilegal estava interferindo em suas operações, o que presumivelmente quebrava a privacidade de usuários de seus serviços. A notificação, por questões regimentais que orientam o setor, é obrigatória.
Nenhuma das companhias se manifestou de forma detalhada até o momento sobre o caso, restringindo-se a confirmarem, por nota, que “não notificaram a agência sobre ataques ou tentativas de invasão por meio do software FirstMile”. O procedimento da Vivo, Claro e Tim pode render punições sérias às operadoras.
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O FirstMile é um programa de origem israelense que conseguem monitorar em tempo real aparelhos de telefonia celular em relação à sua geolocalização. Ou seja, o software informa clandestinamente aos seus operadores onde se encontra um determinado aparelho, e por consequência seu dono, com muita precisão. Ele não invade os celulares e tampouco consegue extrair conteúdos de mensagens e ligações, como o aplicativo Pegasus, também criado em Israel.