Alvo de ataques do movimento sionista internacional por distorção de uma declaração dada em entrevista, o ex-deputado José Genoíno, figura histórica do PT e da política brasileira, afirmou que o massacre perpetrado por Israel nos territórios palestinos é a "ponta do iceberg" de uma nova ordem mundial que pode levar o mundo à barbárie.
"Esse processo de reformulação da ordem mundial, que tem na guerra um elemento detonador, mas tem também a crise econômica, a crise da extrema-direita que cresce na Alemanha, a crise na Espanha, na Itália... O mundo vai entrar num processo de conturbação. E a guerra do governo de Israel contra o povo palestino é a ponta do iceberg diante do aguçamento da crise internacional", disse Genoíno, que destaca a importância de uma aliança internacional da esquerda, dos democratas e de todos que defendem "valores civilizatórios".
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Diante disso, o ex-deputado defende que haja um grande movimento mundial para conter tanto a ofensiva do governo sionista de Israel quanto o apoio descarado dos EUA.
"É uma questão de opinião pública e é fundamental barrar esse caminho, porque a tendência não é uma aceitação passiva pelo governo de Israel. Há uma determinação: à medida que a crise interna se aprofunda em Israel e [Benjamin] Netanyahu fica enfraquecido, ele tenta compensar com a maior violência contra o povo palestino. Portanto, há uma possibilidade lamentavelmente que esse conflito se estenda regionalmente, que é uma situação perigosíssima", disse.
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"E diante do jeito que as coisas andando, a impotência da ONU, a falta de iniciativa de estadistas no mundo que possam mudar essa rota, essa agenda, eu acho que estamos diante da possibilidade de radicalização, de barbaridade", emendou.
Mídia corporativa
Na entrevista ao Fórum Café, Genoíno ainda falou da aliança entre a mídia corporativa brasileira com agentes da comunicação internacional, a extrema-direita internacional e os sionistas de Israel.
"Aqui no Brasil nós temos ainda uma mídia corporativa que faz coro com a mídia do imperialismo americano e da visão do Estado de Israel. 'É guerra de Israel contra o Hamas', e a partir daí tem toda a tentativa de legitimar a ação violenta contra o povo palestino", afirmou.
Genoíno ainda alerta para a "guerra híbrida" dessa aliança, que busca destruir reputações.
"É a visão da guerra híbrida, para destruir reputações, intimidar pessoas, criar relações de desconfiança, inclusive no âmbito da esquerda, para dificultar essa aliança progressista, democrática", afirmou.
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